Anderson Silva promete fazer neste sábado a sua despedida do octógono – pelo menos do Ultimate Fighting Championship (UFC). O duelo desta noite, contra o jamaicano Uriah Hall, marca o seu retorno e também a sua última luta pela organização comandada pelo empresário americano Dana White. Aos 45 anos, o brasileiro é considerado ícone do esporte ao somar vitórias inesquecíveis e quebrar recordes na maior organização de MMA do mundo.
Anderson Silva é uma lenda. Entre os seus maiores feitos está o reinado mais longo de todos os campeões do UFC – ostentou o título da categoria peso-médio por quase sete anos, entre outubro de 2006 e julho 2013. Uriah Hall será, possivelmente, o último adversário do brasileiro, um dos maiores lutadores de todos os tempos – a dúvida foi criada pelo próprio Spider, que durante a semana caminhou em sentido contrário ao da aposentadoria ao dizer que ainda tem "muita lenha" para queimar. O UFC considera a luta como a sua despedida.
O lutador nasceu em São Paulo e foi levado para Curitiba aos 4 anos, quando passou a ser criado pela tia Edith. Naquela época, o futuro campeão era apaixonado por super-heróis. O preferido não é difícil de descobrir: Homem-Aranha, personagem que lhe renderia o apelido que carrega até hoje.
Edith foi responsável por ingressar Anderson no mundo do esporte. Aos 10 anos, ele começou no taekwondo. Aos 18, se tornou faixa preta da modalidade. O seu interesse por lutas marciais cresceu ao longo dos anos, quando ele também se dedicou a treinar jiu-jítsu e muay thai, estilos que o ajudariam no UFC.
Anderson iniciou a vida profissional dentro do MMA aos 22 anos. A estreia do brasileiro pelo UFC aconteceu em junho de 2006, quando enfrentou o americano Chris Leben, até então invicto na organização. Anderson não tomou conhecimento do seu adversário e garantiu a vitória por nocaute com apenas 49 segundos de combate.
Durante os anos em que manteve o cinturão, fez lutas memoráveis, como as contra o falastrão Chael Sonnen. Em 2010, eles se enfrentaram pela primeira vez no UFC 117. Naquele confronto, Spider fez o combate mais dramático da sua carreira ao encarar o "falastrão" que ganhou as manchetes antes mesmo de entrar no octógono. Anderson superou uma costela quebrada (revelação que ele fez após a luta) e sofreu durante os cinco rounds, até surpreendentemente finalizar Sonnen faltando poucos minutos para o fim da luta.
Anderson ainda sofreu duas punições por doping, teve uma vida fora do octógono, com direito até a participações como ator em filmes. Antes de sua última luta, falou que se sente bem fisicamente. "Eu sinto que posso lutar por mais tempo. Da forma que a gente vem trabalhando, reagindo aos treinos e preparação física, acredito que ainda tenha bastante lenha para queimar", despista
Ao falar sobre sua carreira, Anderson Silva ressaltou suas qualidades também fora do mundo das lutas. "Legado não é o que você deixa para as pessoas, é o que você deixa nas pessoas. Eu deixei amor, carinho e persistência, então isso é o que fica para quem acompanha a minha carreira."