Economia

Juros fecham em baixa com exterior, expectativa com reformas e Focus

Os juros futuros confirmaram no fechamento dos negócios o movimento de queda visto desde o início da sessão desta segunda-feira, 24. As taxas devolveram parte da alta registrada na quinta-feira a partir do aumento do apetite pelo risco visto no exterior, após o resultado do primeiro turno da eleição na França, e, internamente, a mobilização do governo no fim de semana para fechar consenso na aprovação das reformas. Além disso, o mercado computou a queda nas medianas de inflação trazidas pelo Boletim Focus.

No final da sessão regular, o recuo do dólar perdeu um pouco de força, a moeda bateu máximas e os juros acompanharam, mas ainda assim encerraram em baixa. O contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2018 (221.345 contratos) fechou com taxa de 9,500%, de 9,545% no ajuste de quinta-feira.

O DI janeiro de 2019 (140.560 contratos) encerrou com taxa de 9,34%, de 9,38%. A taxa do DI janeiro de 2021 (137.590 contratos) fechou na máxima de 9,92%, ante 9,94% no ajuste de quinta-feira. O dólar à vista era negociado em R$ 3,1307 (-0,78%) às 16h36.

Lá fora, a vitória do candidato de centro à presidência da França, Emmanuel Macron, no primeiro turno trouxe alívio aos investidores. Macron, de viés mais liberal, é visto como favorito na disputa em segundo turno contra a candidata de extrema-direita Marine Le Pen, que defende a saída do país da União Europeia. Pesquisa do instituto Ipsos divulgada nesta segunda-feira mostra que Macron tem 62% das intenções de voto, enquanto Le Pen tem 38%. Em relatório a clientes, a BlackRock, maior gestora de recursos do mundo, com US$ 5,4 trilhões em ativos, disse que o resultado foi uma surpresa positiva para os ativos de risco no curto prazo.

Enquanto isso, no Brasil, as atenções estão voltadas ao andamento das reformas. Em reunião no Palácio do Jaburu no domingo com ministros e líderes da base aliada, o presidente Michel Temer disse que não haverá novas mudanças nos textos das reformas trabalhista e previdenciária. “Não há espaço para concessão”, avisou o líder do governo, Aguinaldo Ribeiro (PP-PB).

E, na segunda-feira, o presidente tem novo encontro com os ministros para pedir “empenho máximo” na aprovação das reformas. Do mesmo modo, o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), afirmou ao Broadcast Político durante o fim de semana que o governo não vai mais “ceder” na reforma da Previdência.

Na pesquisa Focus, a mediana das estimativas para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) em 2017 caiu de 4,06% para 4,04% e para o IPCA de 2018, de 4,39% para 4,32%. Analistas destacaram ainda o recuo da mediana do IPCA para 2021, de 4,25% para 4,0%. A projeção para Selic foi mantida em 8,50% para 2017 e 2018.

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