A pedido do presidente da Assembleia Legislativa de São Paulo, Carlão Pignatari (PSDB), a sessão extraordinária desta quinta-feira, dia 1º, que daria continuidade à análise da punição ao deputada Fernando Cury (Cidadania) no caso de assédio contra a deputada Isa Penna (PSOL), ocorrido em dezembro passado, no Plenário da Assembleia, foi encerrada para que o debate sobre o caso seja retomado pelo Colégio de Líderes da Casa, que estava reunido antes do início da sessão.
"Essa discussão que nós estamos fazendo aqui não vai levar a nada", disse o presidente da Alesp, ao defender o encerramento da sessão, que durou cerca de meia hora. "Eu gostaria de pedir a todos vocês que a gente aceite que se levante essa sessão e voltemos lá no Colégio de Líderes", pediu. O tucano convocou uma nova sessão plenária para o início da tarde.
Antes de a sessão ser suspensa, a deputada Isa Penna disse ter "muita esperança" na discussão de hoje de que será aprovado "o que é correto". A defesa da parlamentar é pela cassação do mandato de Cury. Isa, no entanto, reconheceu que tal penalidade não teria apoio da maioria dos parlamentares. Por isso, segundo a deputada, a aprovação do afastamento de Cury por seis meses já significaria um avanço "tímido" do caso.
"É importante não aprovar aquele relatório aprovado no Conselho de Ética", defendeu Isa. O parecer do colegiado, aprovado em 5 de março, prevê o afastamento de Cury por 119 dias, de modo que seu gabinete continue em funcionamento e o suplente não precise ser convocado. "Se os deputados aprovarem o afastamento de seis meses, na minha opinião, é um tímido passo", avaliou a deputada do PSOL. "Minha defesa e a minha luta continuará sendo pela cassação", ressaltou.
<b>Saída política</b>
Antes do fim da sessão, Pignatari insistiu no argumento sobre a necessidade de buscar uma "saída política" para o assunto, já que, segundo ele, uma saída jurídica, por meio da apresentação de emenda pela cassação de Cury não é possível. "A nossa sociedade hoje quer a cassação do deputado. Isso é muito claro", disse o presidente da Casa, que considerou a situação "muito difícil, tanto para um quanto para outro".
A sessão de hoje era uma continuação das discussões iniciadas na quarta-feira, 31. O adiamento da decisão sobre o caso Cury, que Pignatari desejava encerrar ontem mesmo, pode ser considerado como a primeira derrota do novo presidente da Alesp. O tucano abriu o plenário virtual decidido a pautar o projeto de resolução aprovado pelo Conselho de Ética sem qualquer tipo de modificação.
Questionado por diversas vezes sobre a possibilidade de apresentação de emendas, o presidente se mantinha irredutível ao negar cada "questão de ordem" apresentada ao longo do dia pelos deputados. A mudança se deu já no fim da tarde mediante a disposição de deputados da oposição e situação em permanecer obstruindo o processo de votação.
Além de Barros Munhoz (PSDB), Carlos Giannazi (PSOL) e Campos Machado (Avante), passaram a defender a inclusão de emendas a deputada Janaína Paschoal (PSL), que chegou a pedir a cassação de Cury, Gil Diniz e diversos representantes do PT, além da própria Isa Penna.