O Índice de Gerente de Compras (PMI, na sigla em inglês) do Brasil subiu a 50,1 pontos em abril, de 49,6 pontos em março. Essa é a primeira vez que o indicador supera o patamar dos 50 pontos desde janeiro de 2015. Em março, o PMI teve alta, interrompendo um ciclo de queda de 25 meses, destacou a Markit, responsável pelo índice, nesta terça-feira, 2.
Segundo a consultoria, a expansão pelo segundo mês consecutivo aconteceu por conta de crescimento tanto no volume de novos pedidos quanto no de produção. As novas encomendas aconteceram por conta “da melhoria nas condições de demanda”, informa. “Porém, o ritmo de aumento permaneceu modesto no geral e quase inalterado em relação a março”, de acordo com o relatório.
O avanço foi observado nos setores de bens de consumo e intermediários. O de bens de capital sofreu uma nova contração.
Demissões
Apesar de terem incrementado a compra de insumos, as empresas não criaram novos postos de trabalho. Pelo contrário, houve corte de vagas, completando um período de 26 meses de demissões. No mês, as companhias conseguiram reduzir seus estoques, ainda que de forma lenta.
Segundo a economista da IHS Markit e autora do relatório, Pollyanna De Lima, o setor industrial dá sinais de melhora contínua, mas ainda há problemas a serem enfrentados. “Os fabricantes parecem estar longe de operar em plena capacidade, já que a quantidade de negócios pendentes diminuiu acentuadamente apesar de outra rodada de cortes de empregos”, escreve a economista.
No relatório, a economista destaca que ainda há indícios de problemas de fluxo de caixa nas empresas. “Também digno de nota é que o poder limitado de precificação significou que a grande maioria dos produtores de mercadorias teve que manter inalterados os preços cobrados ao longo do mês, contra um cenário de fortes pressões inflacionárias de custo”, escreve Pollyanna. Essa situação motivará, segundo a economista, mais controle pelas empresas do avanço dos preços, “o que poderia potencialmente causar mais danos ao mercado de trabalho”.
Por fim, o relatório destaca que os fabricantes permaneceram otimistas em relação às perspectivas para a produção nos próximos 12 meses, antecipando um crescimento sustentado “pela obtenção de novos clientes, pelo lançamento de novas linhas de produtos, por atualizações de maquinário e por uma recuperação econômica”.