Economia

Após sessão volátil, dólar termina em leve alta com decisão do Fed

O dólar teve um dia bastante volátil em relação ao real nesta quarta-feira, 3. As oscilações, no entanto, foram contidas e giraram basicamente em torno de dois temas: a votação da reforma da Previdência na comissão especial da Câmara que analisa o caso e a decisão do Federal Reserve.

O dólar à vista no balcão terminou em alta de 0,10%, a R$ 3,1584, após oscilar entre a mínima de R$ 3,1416 (-0,43%) e a máxima de R$ 3,1663 (+0,35%). O giro registrado na clearing de câmbio da B3 foi de US$ 946,089 milhões. No mercado futuro, o dólar para junho subia 0,17% por volta das 17h15, a R$ 3,1820. O volume de negócios somava US$ 14,362 bilhões. No exterior, o dólar subia ante a maioria das moedas emergentes e de países exportadores de commodities, ganhando fôlego após a decisão do Fed. Destaque para os avanços em relação ao dólar australiano (+1,50%), rublo russo (+0,60%) e rand sul-africano (+0,56%).

Durante boa parte da sessão, o câmbio brasileiro foi favorecido pela percepção de que o governo deve conseguir uma vitória firme na comissão especial da Previdência. Apesar de muito barulho da oposição e de atrasos no início e retomada da sessão, o sentimento do mercado é de que o governo deve conseguir mesmo os 23 ou 24 votos citados ontem pelo deputado Beto Mansur (PRB-SP), do total de 36 integrantes do colegiado. Os principais pontos de divergência no momento são sobre condições mais favoráveis de aposentadoria para categorias relacionadas com as forças policiais, como agentes penitenciários.

No exterior, o banco central norte-americano manteve os juros hoje na faixa entre 0,75% e 1,00%, como era esperado, mas não deu nenhum indício concreto sobre quando será a próxima alta e também não mencionou um eventual cronograma para a redução do seu enorme balanço patrimonial, como esperavam alguns analistas. Esses fatores fizeram o dólar bater mínimas ante o real logo após a decisão do Fed.

Na sequência, no entanto, os participantes do mercado começaram a digerir melhor a decisão e chamaram atenção para pontos mais hawkish do comunicado, como quando a autoridade monetária diz que a fragilidade da economia no primeiro trimestre “provavelmente foi transitória” e também o fato de o Fomc ter optado por usar desta vez a inflação em 12 meses, que está “perto da meta de longo prazo de 2%”.

Posso ajudar?