O presidente da comissão especial da reforma da Previdência, deputado Carlos Marun (PMDB-MS), suspendeu por tempo indeterminado a sessão desta quarta-feira do colegiado, após agentes penitenciários invadirem a sala onde os trabalhos aconteciam. O peemedebista disse que se reunirá com o governo nesta quinta-feira, 4, para decidir uma nova data para continuar a votação dos destaques.
Agentes penitenciários invadiram a sessão da comissão por volta das 22h40. A categoria ficou revoltada com um acordo entre deputados da base aliada e da oposição que deixou para o plenário a votação de destaque que pode garantir aposentadoria especial para eles. Na hora da invasão, a Polícia Legislativa interveio equipada com escudos e capacetes e reagiu com bombas de gás lacrimogêneo e spray de pimenta.
Por questões de segurança, Marun e o relator da reforma da Previdência, deputado Arthur Oliveira Maia (PPS-BA), foram retirados às pressas da sala por policiais legislativos e levados para um local fora da Câmara.
Durante a invasão, agentes penitenciários gritavam que iriam paralisar o País. Eles pediram que a sessão da comissão em que o parecer do relator foi aprovado por 23 votos a 14 fosse cancelada. “Fomos feitos de moleques. Essa Casa nos empenhou a palavra de que o destaque seria aprovado hoje. Não somos moleques”, gritavam os agentes, que também cantaram o Hino Nacional.
O deputado Major Olimpio (SD-SP), que é policial militar, negociou a saída dos manifestantes da sala das comissões. Os agentes disseram inicialmente que só sairiam à força. Alguns jornalistas e servidores da Câmara foram retirados da sala por estarem passando mal por causa do gás. Cerca de 30 minutos após a invasão, os manifestantes começaram a deixar o plenário da comissão. Eles prometem voltar a fazer protestos no Congresso.
Antes de invadirem a sessão, os agentes penitenciários acompanhavam a votação do lado de fora do Anexo II da Câmara dos Deputados. Eles entraram no prédio após arrebentarem a grade que os separava da área interna. Policiais legislativos se preparavam para a contenção quando ocorreu a invasão.