O cenário de maior apetite por risco no exterior favoreceu a abertura positiva do Ibovespa neste primeiro pregão de abril, mas o índice perdeu fôlego e passou a operar em queda nesta quinta-feira. Enquanto o mercado externo repercute incentivos econômicos e dados conjunturais melhores, a cautela com fatores domésticos prevalece. Assim, o dólar sobe ante o real, na contramão da tendência que predomina no exterior, e os juros futuros acompanham o movimento.
Em Nova York, os índices de ações abriram exibindo ganhos, em repercussão positiva do anúncio do pacote de infraestrutura de US$ 2 trilhões feito na quarta-feira pelo presidente Joe Biden, que ainda terá de ser amplamente discutido no Congresso. Na Europa, indicadores econômicos apoiam a compra de ações e as principais bolsas operam no azul.
E no mercado de commodities, os contratos futuros de petróleo aceleram a alta, em meio a sinalizações da Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados (Opep+) de melhora na demanda global pela commodity em 2021.
O vice-primeiro-ministro da Rússia, Alexander Novak, disse esperar que a demanda por petróleo seja de até 5,5 milhões de barris por dia neste ano.
Às 10h49, o Ibovespa tinha 116.320,84 pontos, em baixa de 0,27%. Em Nova York, o índice Dow Jones avançava 0,04%, enquanto S&P500 e Nasdaq subiam 0,64% e 1,61%, respectivamente.
Enquanto aguardam informações do cenário político, principalmente no que diz respeito à lei orçamentária, os analistas e investidores digerem os números da produção industrial brasileira, que apontou queda de 0,7% em fevereiro ante janeiro.
O resultado veio perto do piso das expectativas dos analistas ouvidos pelo Projeções Broadcast, que esperavam desde uma queda de 0,90% a avanço de 1,50%. A consultoria inglesa Capital Economics prevê que os dados de março e abril devem ser ainda piores, por causa do fechamento das fábricas de automóveis em meio ao último surto de covid-19. Assim, parece ainda mais negativo o risco à previsão de 3% para o PIB deste ano, diz.