Os sinais de retomada da economia brasileira já começaram a ser percebidos internamente no Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), disse nesta segunda-feira, 8, a presidente Maria Silvia Bastos Marques. “Dados já mostram sinais importantes de recuperação de crescimento”, afirmou, apontando o aumento das aprovações do Finame de 32% neste início de ano. “Esse é um termômetro”, destacou.
Maria Silvia frisou ainda o sucesso dos leilões de transmissão e o de aeroportos, que mostraram competição entre os players.
A executiva reiterou que o banco de fomento tem trabalhado na melhoria de seus procedimentos e citou, como exemplo, que hoje qualquer contrato que possui como contraparte um ente público é feito amparado por termos de compliance.
Esses mesmos termos, disse, são utilizados para empréstimos para exportação de serviços, cujo descumprimento acarreta na antecipação da dívida. “Temos uma agenda pesada e a temos enfrentado. Em concessões estamos buscando saída casa a caso, não há uma solução única”, disse, em almoço organizado pelo Grupo de Líderes Empresariais (Lide).
Projetos
Os desembolsos do BNDES não refletem as aprovações de projetos feitas pelo banco, visto que esse é um processo de longo prazo, explicou a presidente da instituição. “O pipeline de projetos no banco vem crescendo”, disse, em resposta a notícias que circularam na imprensa no fim de semana de que o governo estaria em busca de um substituto diante de suposta reclamação do empresariado de que ela teria fechado o caixa da instituição financeira.
Maria Silvia disse que no banco existe um grande backlog de projetos “que estão há muito tempo na casa”, mas que existe uma meta para que os que cheguem no banco sejam aprovados em até 180 dias.
Em março o BNDES liberou R$ 5,055 bilhões para empréstimos já contratados, queda nominal (sem descontar a inflação) de 18% na relação anual. Com isso, os desembolsos do banco de fomento somaram R$ 15,069 bilhões no primeiro trimestre, diminuição de 17% em relação aos três primeiros meses do ano passado
Apoio a setores
A presidente do BNDES disse que o banco não possui mais a política de apoio a setores. “Nós apoiamos projetos independente de setores e as empresas serão mais favorecidas em TJLP de acordo com o atributo de cada projeto”, afirmou.
Maria Silvia destacou ainda que projetos com mais externalidades para a sociedade, caso de infraestrutura, educação e para micro e pequenas empresas, serão mais favorecidas em TJLP.
A presidente do BNDES disse que a área de mercado de capitais do banco está muito ativa e o foco neste momento é ainda de formação de fundos de dívida, dívida estruturada e que agora o banco está escolhendo gestor para a criação de um fundo de dívida para o segmento de venture capital.