Os juros futuros encerraram em queda a sessão regular do segmento BM&F, em meio à continuidade do avanço das apostas num Comitê de Política Monetária (Copom) mais agressivo na reunião de maio. Com volume de contratos negociados acima da média, a curva teve alívio de prêmios generalizado, mas com mais força na parte curta, e definida no período da tarde, depois que o Itaú publicou relatório no qual informa ter ampliado sua projeção de corte da Selic maio, de 1 ponto porcentual para 1,25 ponto, e revisado a estimativa para os juros no fim deste e do próximo ano, de 8,25%, para 7,50%.
A taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para julho de 2017 (128.395 contratos) fechou na mínima de 10,400%, de 10,446% no ajuste de sexta-feira, e a do DI janeiro de 2018 (346.405 contratos) caiu de 9,140% para 9,005% (mínima). O DI janeiro de 2019 (500.130 contratos), cujo ajuste anterior era de 8,96%, encerrou em 8,85%. Por fim, a taxa do DI janeiro de 2021 (212.545 contratos) recuou de 9,67% para 9,60%.
As taxas futuras oscilaram entre a estabilidade e leve alta, nos vencimentos longos, até o começo da tarde, quando bateram máximas. Segundo profissionais nas mesas de renda fixa, o mercado até então fazia uma pausa no ritmo de queda da semana passada, com um pouco de realização de lucros, a partir das preocupações com o andamento da reforma da Previdência. Em teleconferência nesta manhã, o cientista político Luciano Dias, da CAC Consultoria, segundo relatos de participantes, teria afirmado que se o governo não marcar ainda esta semana a data para a votação da reforma da Previdência no plenário da Câmara pode passar um sinal de maior dificuldade para conseguir os votos necessários à aprovação do texto. Nesta tarde, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), reiterou que ainda não há data para a votação.
No entanto, depois que o Itaú divulgou seu relatório, a pressão, que era leve, se dissipou e as taxas passaram a cair firmemente. Com isso, a curva precificava, nesta tarde, 118 pontos-base de queda da Selic na próxima reunião do Copom, ou 72% de chance de redução de 1,25 e 18% de possibilidade de 1 ponto, segundo cálculos do mercado.
Nesta manhã, o Banco Central informou que o Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br) registrou alta de 1,12% no acumulado do primeiro trimestre de 2017 na comparação com o quarto trimestre de 2016, pela série ajustada do Banco Central. Pesquisa do Broadcast Projeções com 18 analistas indicava expectativa de avanço do IBC-Br entre 0,60% a 1,30% com mediana indicando 1,10%.
Já a pesquisa Focus mostrou que as medianas das estimativas para o IPCA em 2017 e 2018 recuaram. A mediana para 2017 foi de 4,01% para 3,93% e a mediana para 2018, de 4,39% para 4,36%.