Membro do Hall da Fama do Tênis desde 2005 e último francês campeão de Roland Garros em 1983, o ex-tenista Yannick Noah, de 58 anos, quer liderar os seus jogadores na conquista de mais um título da Copa Davis, a partir desta sexta-feira, em Lille, diante da Croácia.
Descontraído na vida cotidiana, Noah é meticuloso quando trabalha como técnico. Nos últimos 10 dias, o capitão da França tem prestado muita atenção para qualquer coisa que possa inviabilizar as chances de sua equipe vencer a 11.ª Copa Davis. “O mais importante foi passar o maior tempo possível juntos pensando sobre esta final”, disse o treinador, que convocou os seus jogadores para um exigente campo de treinamento no norte da França.
“Poderíamos ter imaginado um campo de treinamento em Paris. Ao final do dia, todos voltariam para casa”, disse Noah. “Na verdade, você perde o foco. Aqui, assim que acordamos, estamos na final. Quando começamos a correr pela manhã, ainda escuro, mas já estamos na final. Durante nosso refeições, pensamos sobre a final”.
Noah guiou a França nos títulos da Copa Davis em 1991, 1996 e 2017, mas vai deixar o cargo após este fim de semana. A ex-tenista Amelie Mauresmo vai assumir.
Desde que voltou para ser capitão da França em 2016, Noah foi recompensado com sucesso. Apesar de uma queda nos desempenhos individuais, os jogadores de Noah chegaram às semifinais da Copa Davis a cada ano durante a sua última temporada, perdendo apenas uma vez para a Croácia em 2016. Eles ganharam o título contra a Bélgica no ano passado e agora têm a chance de conquistar a última final jogada no formato tradicional.
A partir de 2019, o maior evento por equipes no tênis masculino será decidido com um torneio de 18 países em uma final em local neutro. “Nós temos uma chance única, que nunca mais vai acontecer, para jogar uma final de Davis em casa”, disse Noah. “Nós lutamos por essa chance o ano todo. Não só para a equipe, mas também para o evento. A maioria de nós está obcecada por esta final”.
Os croatas tentam repetir a façanha de 2005, quando venceram a Eslováquia. Enquanto os franceses não possuem grandes resultados individuais nos últimos 12 meses – Lucas Pouille é o melhor francês da equipe de Noah no 32.º lugar no ranking mundial -, a Croácia será liderada por Marin Cilic, sétimo classificado, que esteve no ATP Finals na semana passada. No jogo de simples, Cilic terá a companhia de Borna Coric, 12.º do mundo.
A final será disputada no saibro sob o teto retrátil do estádio Pierre Malroy, em Lille, onde Cilic pode ter dificuldade em se adaptar à superfície lenta, depois de ter competido em piso duro na semana passada em Londres. “Eu estarei pronto”, disse o croata. “Tivemos jogos da Davis no saibro imediatamente após torneios de quadra dura. Eu acredito que vou ficar bem e ajustarei meu jogo. A condição da argila na quadra coberta é ligeiramente mais rápida que a argila ao ar livre”.
Pouille conquistou o 10.º título da França na Copa Davis no ano passado ao vencer o jogo decisivo contra a Bélgica na final. Na ausência de Richard Gasquet, Gael Monfils e Gilles Simon, ele será o destaque, enquanto que Jo-Wilfried Tsonga fica como o número 2, pois foi afastado a maior parte da temporada por causa de uma lesão no joelho. Noah também tem a opção de Jeremy Chardy.
Em duplas, a França tem Nicolas Mahut e Pierre-Hugues Herbert, campeões em Roland Garros e finalistas do ATP Finals.
O capitão da Croácia, Zeljko Krajan, afirmou que a sua equipe não recebeu qualquer incentivo ou mensagens dos jogadores da seleção de futebol do país, mas acrescentou que “eles serão felizes se nós vingarmos a final da Copa do Mundo”, afirmou, referindo-se à decisão do Mundial da Rússia, vencida pelos franceses por 4 a 2. O sorteio dos jogos acontece nesta quinta-feira. A disputa vai ser de sexta a domingo.