Começou às 10h02 a reunião de Análise de Mercado do Comitê de Política Monetária (Copom). Na tarde desta terça-feira, 30, o presidente do Banco Central, Ilan Goldfajn, e os diretores da instituição ainda participam da reunião de Análise de Conjuntura, também no âmbito do Copom.
Na quarta-feira, 31, eles têm mais uma rodada de discussões antes de decidir sobre o novo patamar da Selic (a taxa básica de juros), atualmente em 11,25% ao ano. De um total de 57 instituições consultadas pelo Projeções Broadcast da Agência Estado, 47 esperam corte de 1 ponto porcentual da Selic, oito projetam corte menor, de 0,75 ponto porcentual, e duas mantêm expectativa por redução de 1,25 ponto porcentual. Se o corte da Selic for confirmado – seja ele qual for -, esta será a sexta vez consecutiva em que o Banco Central reduz a taxa básica, após intervalo de quatro anos.
A decisão de quarta-feira do Copom, no entanto, tende a ser uma das mais difíceis desde que Ilan Goldfajn assumiu o comando do BC. Isso porque a crise política surgida após as delações de executivos da JBS colocou em dúvida a aprovação de reformas no Congresso. E a aprovação das reformas, como a da Previdência, é um dos itens considerados pelo colegiado para definir o ritmo de cortes da Selic.
Antes da delação da JBS, várias instituições haviam elevado de 1 para 1,25 ponto porcentual a estimativa de corte. Isso porque os índices de inflação seguiram acomodados e a atividade da economia está longe de demonstrar vigor. Após o estouro da crise política, muitas casas voltaram atrás e se reposicionaram em 1 ponto porcentual de redução da Selic.
No Planalto, a aceleração do ritmo de cortes da Selic, para 1,25 ponto, seria vista de forma positiva, em um momento em que o governo Michel Temer busca por boas notícias na área econômica para se sustentar.
Ao mesmo tempo, os índices mais recentes revelam um cenário favorável para o controle da inflação. O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de abril, por exemplo, foi de 0,14%. No ano, a taxa acumulada é de apenas 1,10% e, em 12 meses, de 4,08%.
Na última quinta-feira, a Petrobras anunciou corte de 5,4% no preço da gasolina e de 3,5% no do diesel. Já a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) anunciou a bandeira verde (sem cobrança adicional) para as contas de luz em junho.