A Bovespa abriu em alta nesta terça-feira, 30, contrariando assim o sinal negativo observado no mercado futuro em Nova York, sobretudo nos índices Dow Jones e S&P500, nas bolsas da Europa e no mercado global de commodities. Com a queda acumulada de quase 6% desde o dia 17 de maio, quando estourou o escândalo de corrupção envolvendo Michel Temer, o Ibovespa ainda pode estar barato para o investidor que faz as contas em dólar. Além de contrapor-se ao sinal no exterior nesta manhã, a valorização também não condiz com o alto grau de incerteza doméstica, por conta da crise política. O pregão, entretanto, pode ser de alternância entre altas e baixas.
Os motivos para preocupação persistem. A decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) se cassa ou não a chapa Dilma-Temer segue prevista para a semana que vem, dia 6 de junho. Mesmo depois do jantar de segunda-feira entre Temer e os tucanos, o PSDB continua condicionando a permanência do partido na base governista à decisão do tribunal eleitoral. E ainda não há certeza sobre a tramitação da reforma da Previdência na Câmara.
Um profissional de renda variável chama a atenção ao fato de a agenda da macroeconomia doméstica ser, nesta semana, “muito produtiva”. “Amanhã (31) o Copom vai cortar os juros a Selic em um ponto porcentual, como mostram as previsões. Depois, vamos ver o resultado do PIB, que deve vir acima de 1% por causa da agricultura”, afirmou o operador. “Duas agências internacionais de rating soberano decidiram por rebaixamentos de Brasil, e o estrangeiro seguiu colocando dinheiro na Bolsa. Eles não estão nem aí”, diz o profissional.
Às 10h20, o Ibovespa subia 0,09% aos 63.852 pontos.