O compasso de espera por definições no cenário político doméstico fez o dólar oscilar em um intervalo estreito nesta terça-feira, 30, principalmente no período da tarde, quando as cotações da moeda norte-americana pouco se moveram. O clima relativamente tranquilo, apesar das incertezas, manteve o dólar à vista em leve baixa e o dólar futuro com pequeno avanço ante o real.
“Desde a última crise política que o mercado de câmbio definiu a banda entre R$ 3,25 e R$ 3,30 como um intervalo saudável para esperar pelo desfecho dessa situação, que ainda se mostra bastante difícil”, disse Cleber Alessie Machado, operador da Hcommcor corretora.
A uma semana do início do julgamento do processo sobre a chapa eleitoral Dilma-Temer no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), continua nebulosa a questão da permanência de Michel Temer na presidência, assim como a definição de um substituto de consenso. A estratégia de Temer, segundo informações de bastidor, é de utilização de todos os recursos jurídicos possíveis para estender ao máximo sua permanência no Palácio do Planalto. Isso incluiria, naturalmente, o processo no TSE.
Já o presidente do TSE, ministro Gilmar Mendes, sinalizou que um eventual pedido de vista (mais prazo para análise do processo) durante o julgamento da ação não deve ser alongado. Segundo o ministro, essa não é a prática no tribunal. “Os pedidos de vista no TSE não são alongados, em geral isso não acontece”, disse.
O temor dos investidores, segundo profissionais do mercado, é de que uma sobrevida muito alongada de Temer acabe por comprometer o andamento das reformas, a partir de protestos e obstruções da oposição no Congresso. No mercado, o que importa é a condução das reformas estruturais com o menor atraso possível.
O dólar à vista no balcão terminou o dia em baixa de 0,27%, aos R$ 3,2596. Entre a mínima de R$ 3,2567 (-0,36%) e a máxima de R$ 3,2718 (+0,10%), a cotação oscilou num intervalo de R$ 0,015. O giro registrado na clearing da B3 foi de US$ 2,0 bilhões. No mercado futuro, o dólar para junho avançou 0,03%, a R$ 3,2600. O volume de negócios somou US$ 15,462 bilhões.