O caso JBS está na matriz de prioridades da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), mas os inquéritos têm um trâmite burocrático que deve ser obedecido, disse o presidente da autarquia, Leonardo Pereira. Ele afirmou entretanto, que a CVM tentará julgar os processos com maior celeridade possível, lembrando que tem divulgado comunicados ao mercado sobre o que tem sido feito a cada três dias, em média, o que deve ser entendido como um esforço nesse sentido.
Pereira lembrou que os inquéritos têm sido julgados em média de 12 a 18 meses na maioria dos casos, mas não precisou se os que envolvem a JBS poderão ser concluídos antes desse tempo.
“Os inquéritos foram instaurados com grande velocidade mostrando que a CVM está preparada para ser ágil”, afirmou em conversa com a imprensa após evento na B3. Ele destacou ainda que da apuração até a instauração dos inquéritos contra a JBS foram gastos menos de duas semanas, tempo menor do que na maioria dos casos. “O esforço é para tratar do caso com qualidade e respeitando as leis”, acrescentou.
Questionado sobre uma suposta tentativa do BNDESPar de afastar todos os membros da família Batista do Conselho da JBS, Pereira lembrou não poder falar diretamente do assunto. Em relação às multas aplicadas pela CVM, também ressaltando que só pode comentar genericamente, Pereira citou o projeto de revisão que está na Casa Civil. “O projeto tem de ser levado para a frente porque no Brasil se não houver pena proporcional aos danos, vamos continuar sempre tendo esse problema”, disse. A multa máxima hoje é de R$ 500 mil reais, o que é motivo de crítica pelo mercado.
Pereira participou do evento de comemoração dos 20 anos do Instituto Brasileiro de Relações com Investidores (Ibri), que acontece na B3, em São Paulo.
Estiveram presentes Edmar Lopes, presidente do Conselho de Administração do Ibri; Geraldo Soares, representando os ex-presidentes da Diretoria Executiva e do Conselho de Administração do Ibri; e Juca Andrade, diretor executivo de Produtos e Clientes da B3.