Economia

Ibovespa cai 0,10% em dia marcado por cautela dos investidores

Em mais um dia de baixo fluxo e alternância de sinais, mas com predomínio de baixa, o comportamento do Ibovespa refletiu o sentimento de cautela dos investidores receosos de tomar posição mais firme diante da incógnita que pode vir do julgamento da chama Dilma-Temer pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), marcado para começar amanhã à noite. O principal índice do mercado de ações fechou em queda de 0,10% nesta segunda-feira, 5, aos 62.450,45 pontos. O giro financeiro foi de R$ 5,67 bilhões.

Luis Gustavo Pereira, estrategista da Guide Investimentos, chama a atenção para o fato que de o Ibovespa rompeu o suporte de 62.500 pontos, um marco importante considerando a média móvel de 200 períodos. Segundo ele, o cenário pode ficar mais claro se perder o suporte dos 62 mil pontos. Depois disso, lembra, os 57 mil pontos é outro marco importante de suporte.

Para Pereira, o dia de hoje antecede evento relevante, onde diversas possibilidades de desfecho se colocam para a continuidade do governo do presidente Michel Temer: desde decisões favoráveis do TSE, negativas – como a cassação da chapa Dilma-Temer -, e até a protelação do caso, com um pedido de vistas. “Se a coisa se arrastar, tira a possibilidade de as reformas avançarem, tira a melhora dos índices de confiança e deixa o governo extremamente vulnerável, em situação semelhante ao que vimos no fim do governo Dilma Rousseff”, afirmou. “Isso traria perda de confiança e o mercado iria precificar, ainda mais se houver o desembarque do PSDB”, completou.

Por outro lado, disse Hersz Ferman, economista da Elite corretora, se Temer for absolvido, o apoio político pode aumentar bastante e volta a confiança em passar reformas. Importante lembrar que amanhã está marcada a votação da reforma trabalhista na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado e os investidores estarão atentos sobre as demonstrações de força política do governo se o projeto passar.

Apesar da tensão, o Ibovespa conseguiu segurar a queda por causa da Petrobras e de ações específicas de bancos. As ações da estatal seguiram em alta durante todo o pregão a despeito da queda nas cotações dos contratos de petróleo no mercado internacional. Segundo operadores, os papéis da estatal hoje tiveram como norte tanto o movimento positivo das empresas ligadas à commodity no exterior quanto notícias de que o presidente da estatal brasileira, Pedro Parente, sobre a melhora em regras de governança da empresa e a possibilidade de elevar a frequência de alterações nos preços dos combustíveis. Os papéis fecharam em alta de 1,0% (PN) e 1,75% (ON).

O setor financeiro respondeu, em uma parte do dia, às viradas do Ibovespa para o terreno positivo, com exceção das ações do Banco do Brasil ON (-1,71%), que refletem o risco político doméstico. No fim do pregão, as principais instituições tinham sinal negativo. No entanto, as units do Santander avançaram e fecharam o dia com valorização de 2,80%. Segundo analistas, isso ocorreu porque há uma desvalorização de quase 10% (9,36%) no ano e está havendo certa recuperação.

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