Estudo sobre coronavírus impulsiona Ibovespa, que avalia Bradesco e Petrobras

Investidores devem voltar às compras na B3 nesta quarta-feira, 5, como ocorrera na véspera, influenciados por notícias favoráveis sobre o tratamento do coronavírus. Ontem, o Ibovespa terminou o pregão em alta de 0,81%, aos 115.556,71 pontos, mas aquém das elevações em Nova York.

O Nasdaq, por exemplo, atingiu recorde de fechamento na véspera. Nesta manhã, no entanto, os índices futuros norte-americanos – na faixa de 0,90% a 0,77% – sobem um pouco menos em relação ao Ibovespa.

Às 10h44, tinha expansão de 1,59%, aos 117.391,24 pontos.

Na opinião de um operador de renda variável, o desempenho destoante da Bolsa brasileira em relação ao exterior deve-se, entre outras questões, ao fato de a retomada da economia ainda estar lenta e fraca. Ele lembra que quem tem sustentado a B3 é o investidor doméstico, só que os gestores, segundo a fonte, começa a tirar o pé do acelerador. "O mercado começa a ficar mais seletivo, e o Ibovespa não tem andado na mesma proporção que Nova York", diz.

O crescimento de 14% no lucro do Bradesco no quarto trimestre de 2019 é outro fator que ampara o ganho na B3 hoje, sem falar da expectativa de corte de 0,25 ponto porcentual na taxa Selic na noite desta quarta. Pesquisa feita pelo Projeções Broadcast mostra que 47 instituições, de 58 consultadas, estimam juro caindo de 4,50% para 4,25%, enquanto as demais esperam manutenção.

Na B3, a alta é impulsionada especialmente por ações do setor financeiro, no dia de decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) e do balanço do Bradesco, que informou aumento no lucro no quarto trimestre.

Aliás, os papéis do banco lideram a lista de maiores variação na B3, com valorização acima de 3%, assim como Banco do Brasil ON, às 10h31.

A exceção era Unit de Santander, com recuo de 0,14%, o único papel em queda. Destaque ainda para Eletrobras ON (1,99%), que, conforme fontes ouvidas pelo Broadcast, iniciou processo de demissão na empresa.

A equipe econômica da LCA Consultores está confiante em redução de 0,25 ponto porcentual na Selic. A dúvida, conforme a consultoria, é se este seria o derradeiro corte do ciclo de ajuste monetário iniciado em agosto. A expectativa da LCA é de que o comunicado do Copom evite fazer sinalizações prospectivas explícitas. "Mas provavelmente não fechará a janela para a possibilidade de continuidade do corte de juros".

Para o operador, mesmo que a retração da Selic ocorra neste momento de resultados divergentes da atividade econômica, tende ser benéfica para a Bolsa brasileira. "É sempre positivo, mas o investidor continua esperando por resultados melhores dos indicadores, que estão vindo fracos. Quer ver isso consolidado", diz.

A valorização do petróleo no exterior acima de 2,5% influencia as ações da Petrobras, cujos investidores aguardam hoje a precificação da venda dos papéis da estatal pelo Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social.

Mesmo o recuo de 2,93% nos preços do minério de ferro na China, no porto de Qingdao, não impede o ganho de 2,40% nas ações da Vale e de siderúrgicas, apesar do avanço no número de pessoas suspeitas de contaminação pelo coronavírus. Ao mesmo tempo, há relatos de que o Reino Unido e a China fizeram avanços para desenvolver uma vacina ou tratamento para o novo coronavírus.

No centro das atenções no que diz respeito a privatizações, o investidor ainda deve monitorar a informação, segundo fontes ouvidas pelo Broadcast, de que a Eletrobras começou esta semana a enviar carta aos 68 funcionários que serão demitidos a partir deste mês para a estatal conseguir atingir a meta de 12.500 empregados até abril.

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