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Futebol brasileiro tenta se reerguer um mês após a Copa

Um mês depois do fim da Copa do Mundo, o futebol brasileiro ainda tenta reencontrar o caminho – ou encontrar um novo. A seleção, responsável pelo fracasso que trouxe à tona a necessidade de mudança, aposta na volta ao passado no trabalho de reformulação. A direção da CBF optou por resgatar Dunga, demitido após a queda no Mundial de 2010. E trouxe campeões do passado, mais precisamente de 1994, para auxiliá-lo. Gilmar Rinaldi, coordenador de seleções, Taffarel e Mauro Silva, que será auxiliar temporário.

O passado vencedor em campo não evita que a nova comissão seja vista com desconfiança. Até por algumas ideias que parecem ultrapassadas. E ainda não está claro como será o processo de renovação. Sabe-se que haverá olhar mais atento aos jovens e “comprometimento e foco” voltam a ser qualidade essencial para se estar na seleção.

O futebol interno amarga jogos ruins, truncados e com muitos erros. Um legado da Copa, porém, está sendo aproveitado de maneira positiva: os estádios. A maioria tem registrado bom público. Ainda assim, seus administradores se viram para criar opções para torná-los rentáveis. Mesmo porque têm de pagar a conta de construção ou reformas. E elas são salgadas.

O Maracanã, por exemplo, recebeu até agora cinco partidas depois da Copa e tem média de 30.146 torcedores por partida, pouco mais de 39% de sua capacidade total, que é de 78.448, considerando-se o Mundial. A dupla Flamengo e Fluminense sempre levou mais de 20 mil pagantes e apenas o Botafogo, em má fase, destoa (11.975 no jogo contra o Cruzeiro).

O Corinthians também tem conseguido boa média com a sua nova arena: 29.390 em três jogos no Itaquerão, praticamente 69% da carga máxima de ingressos pós-Copa, que está sendo de 43 mil bilhetes. Isso apesar de a torcida protestar constantemente contra os preços, considerados altos – o mais barato custa R$ 50.

A relação dos cartolas com os jogadores continua tensa. O calendário de 2015, elaborado pela CBF, está sendo torpedeado pelo Bom Senso FC. O movimento também faz várias ressalvas ao projeto de Lei de Responsabilidade Fiscal do Esporte, cuja aprovação é vista pelos clubes como saída para salvá-los da crise financeira que se meteram.

De novo o ceticismo é grande. Ceticismo, aliás, parece dá o tom ao futebol brasileiro, passado um mês do fim da Copa do Mundo, que teve a vitória da Alemanha sobre a Argentina.

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