O cenário internacional favorável deu condições para o Índice Bovespa avançar nesta segunda-feira, 19, apesar do clima de incerteza com o cenário político doméstico. As altas das bolsas na Ásia, Europa e principalmente nos Estados Unidos foram influência positiva para os negócios por aqui, além da valorização do minério de ferro, que impulsionou as compras de ações da Vale.
O Ibovespa terminou o dia em 62.014,03 pontos, em alta de 0,63%. O volume financeiro do dia foi inflado pela ocorrência do exercício de opções sobre ações, que movimentou R$ 2,8 bilhões.
Apesar da aparente tranquilidade no pregão, a falta de clareza quanto ao desfecho da crise política continuou como uma preocupação concreta. A saída de R$ 944,2 milhões em recursos externos da bolsa na última quarta-feira, 14, por exemplo, aumentou a cautela dos profissionais do mercado, que veem o investidor estrangeiro como uma espécie de pilar da bolsa.
Para Alvaro Bandeira, economista da Modalmais, a alta do dia esteve totalmente relacionada aos fatores externos e não reflete mudança significativa em relação ao cenário doméstico. “A bolsa vive um quadro de volatilidade, com o mercado estressado, sem saber o que vai acontecer com a política e as reformas. O cenário que afeta as expectativas e vai continuar enquanto não houver definições”, disse.
Na máxima do dia, o Ibovespa chegou aos 62.272 pontos (+1,05%), mas perdeu parte do fôlego com a virada para baixo dos preços do petróleo, que pela manhã deram alguma força às ações preferenciais da Petrobras. Ao final do pregão, Petrobras ON teve baixa de 1,19% e Petrobras PN avançou 0,08%. Já os papéis da Vale foram o destaque positivo do dia, acompanhando a valorização do minério de ferro e das outras mineradoras pelo mundo. Com grande volume de negócios, Vale ON e PNA avançaram 3,25% e 1,85%, respectivamente.
O destaque negativo ficou com as ações da JBS, com queda de 4,08%, a maior da carteira do Ibovespa. Os papéis da empresa, que é pivô da crise política, refletiram as incertezas quanto aos efeitos do episódio nos negócios. Segundo o Broadcast apurou, uma associação que representa investidores minoritários planeja questionar o acordo de leniência da J&F, holding do grupo, com o Ministério Público Federal (MPF).