O Ministério Público de São Paulo abriu um inquérito civil no dia 25 de agosto para investigar eventuais irregularidades no futebol paulista e o possível descumprimento do Estatuto do Torcedor nas competições organizadas pela Federação Paulista de Futebol (FPF). O MP vai fiscalizar, por exemplo, a presença de policiais militares dentro dos estádios nos jogos.
“Não é papel da PM cuidar de um evento privado, dentro do estádio. Cabe ao organizador oferecer segurança para os torcedores”, afirmou o promotor Marcelo Milani, da Promotoria de Justiça do Patrimônio Público e Social. “Polícia tem de ficar fora do estádio. Temos altos índices de criminalidade, mas os policiais estão nos estádios”, concluiu.
O inquérito, motivado por reportagens veiculadas na mídia, ainda está na fase de apuração. A FPF será notificada e, a partir daí, terá 20 dias para prestar esclarecimentos. Além da atuação dos policiais militares nos estádios, o MP vai investigar eventuais fraudes na venda de ingressos, o processo de reconhecimento de torcedores proibidos de entrar nos estádios e a transparência financeira dos clubes. Nesse último aspecto, o órgão questiona a negociação dos clubes com o governo federal para prolongamento do prazo de pagamento das dívidas.
Paralelamente, a promotoria investiga, em outro inquérito, a modificação do horário de funcionamento de uma das linhas do Metrô nos dias de jogos do Corinthians no Itaquerão. “O argumento é o mesmo: trata-se de um evento privado. Porque não alteramos o horário do Metrô nas proximidades dos hospitais?”, questionou o promotor Nelson Luiz Sampaio. Esse inquérito também está na fase de apuração, sendo que o Metrô ainda vai encaminhar esclarecimentos para o MP.