Economia

Taxas de juros fecham em baixa com exterior e expectativa por reforma trabalhista

Os juros futuros fecharam a sessão regular em baixa, que foi definida no período da tarde com maior apetite pelo risco no exterior e aumento das expectativas de aprovação da reforma trabalhista na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado, que será votada nesta quarta-feira, 28. A melhora na perspectiva de aprovação do texto veio na esteira da informação de que o senador Renan Calheiros (PMDB-AL) vai entregar o cargo de líder do PMDB.

A taxa do Contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2018 (240.450 contratos) fechou em 8,955%, de 8,985% no ajuste de terça-feira. A taxa do DI para janeiro de 2019 (367.720 contratos) fechou na mínima de 8,93%, de 8,99% no ajuste anterior. A do DI janeiro de 2021 (208.620 contratos) caiu de 10,25% para 10,13% e a do DI janeiro de 2023 (60.785 contratos), de 10,76% para 10,62%.

Segundo o economista da Guide Investimentos Ignácio Crespo, o destaque da curva nesta quarta foram os vencimentos de longo prazo, que recuaram com mais força do que a ponta curta. “O ponto principal é a melhora da percepção de risco ligada ao exterior e à expectativa com a reforma trabalhista na CCJ”, afirmou, citando a queda do risco Brasil medido pelo contratos de Credit Swap Default (CDS, na sigla em inglês) de cinco anos.

Perto das 16h30, o CDS estava em 239 pontos-base, em baixa de 0,68%. Outro fator de estímulo foi a maior valorização das moedas de economias emergentes, como o real. No segmento à vista, o dólar ampliou o recuo à tarde, negociado na casa dos R$ 3,28 perto das 16h30.

Na política, o mercado reagiu imediatamente no começo da tarde, com as taxas futuras renovando mínimas, à informação de que Renan deve deixar a liderança do PMDB, o que, no raciocínio do mercado, deve facilitar a aprovação da reforma trabalhista. O senador fez na terça pesadas críticas contra o governo e contra as reformas. “Temer não tem confiança da sociedade para fazer essa reforma trabalhista na calada da noite, atropeladamente. Num momento em que o Ministério Público, certo ou errado, apresenta uma denúncia contra o presidente, não há como fazer uma reforma que pune a população”, afirmou na terça. O anúncio de sua saída deve ser formalizado ainda nesta tarde.

Enquanto isso, transcorre a sessão na CCJ sobre a reforma. Senadores da oposição continuam fazendo sua leitura de voto em separado e rejeitando a proposta. Pela programação original, os votos em separado terminariam às 16 horas para início do debate, mas o cronograma está atrasado. Após o término dessa discussão, será votado o relatório da reforma – sem horário definido.

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