A queda de 2,4% acumulada pela produção industrial brasileira em 12 meses até maio foi a perda menos intensa desde setembro de 2014, quando tinha recuado 2%, segundo os dados da Pesquisa Industrial Mensal divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Embora já colecione 36 meses de quedas, a produção mantém a trajetória de redução no ritmo de perdas iniciado em meados de 2016, observou André Macedo, gerente da Coordenação de Trabalho e Rendimento do IBGE.
Os bens de capital avançaram 0,9% em 12 meses, o primeiro desempenho positivo desde julho de 2014. Já a fabricação de bens de consumo duráveis aumentou 0,4% em 12 meses até maio, primeira alta desde abril de 2014.
“Embora ele permaneça negativo, ele vem se tornando menos negativo desde meados de 2016. Mas as duas maiores categorias econômicas de maior importância em termos de peso permanecem negativas, que são bens intermediários (-2,9%) e bens de consumo semi e não duráveis (-3,0%). Esse resultado dá um pouco desse cuidado. A gente observa melhora de ritmo, mas não dá garantia de trajetória ascendente considerável”, alertou Macedo.
O gerente do IBGE lembra que ainda há um ambiente de incerteza no âmbito político, com reflexo também para o ambiente econômico e possível impacto sobre o conjunto do consumo das famílias. “Claro que as incertezas podem afetar a produção”, afirmou ele, ponderando que o impacto de fato sobre a indústria só poderá ser medido nas próximas leituras da pesquisa.