Em um pregão de baixa liquidez devido ao feriado do Dia da Independência nos Estados Unidos, os mercados acionários europeus fecharam majoritariamente em queda nesta terça-feira, 4, influenciados por um teste bem-sucedido da Coreia do Norte de um míssil intercontinental no Mar do Japão. Além disso, um movimento de realização de lucros após fortes ganhos registrados na sessão anterior, quando o índice pan-europeu Stoxx 600 subiu mais de 1%, contribuiu para a baixa. Nesta terça-feira, o Stoxx 600 recuou 0,12%, aos 382,95 pontos.
A mensagem de Pyongyang – de um teste bem-sucedido – contradisse autoridades dos EUA e da Coreia do Sul, que afirmaram se tratar de um míssil de médio alcance. O teste foi condenado por líderes mundiais: o primeiro-ministro japonês, Shinzo Abe, pediu aos líderes chineses e russos que atuem de forma mais ativa na questão do programa bélico do regime de Kim Jong Un; já o presidente americano, Donald Trump, comentou, em seu perfil no Twitter, que é difícil ver a Coreia do Sul e o Japão “aguentando a situação por muito mais tempo. Esse cara (Kim Jong Un) não tem coisa melhor para fazer? Talvez a China se mexa sobre a Coreia do Norte e acabe com esse nonsense de uma vez por todas!”.
Reunidos em Moscou, o presidente da China, Xi Jinping, e o presidente da Rússia, Vladimir Putin, também comentaram o assunto. Moscou e Pequim propuseram que a Coreia do Norte declare uma moratória sobre os testes balísticos e nucleares em troca do fim de exercícios militares de grande escala conduzidos pelos EUA e pela Coreia do Sul na região. O pedido foi feito em um comunicado conjunto emitido pelos ministros de Relações Exteriores de ambos os países, após a reunião entre os dois presidentes.
Único indicador relevante do dia, o índice de preços ao produtor (PPI, na sigla em inglês) da zona do euro registrou deflação de 0,4% na passagem de abril para maio, segundo o Gabinete de Estatísticas da União Europeia, a Eurostat. Na comparação anual, o PPI registrou avanço de 3,3%.
Em Londres, o índice FTSE-100 fechou em queda de 0,27%, aos 7.357,23 pontos. Os bancos, que haviam registrado uma forte alta no dia anterior, registraram perdas nesta terça-feira: o Lloyds caiu 0,58%; o Barclays perdeu 0,05% e o HSBC recuou 1,11%. Entre as ações de energia, a Royal Dutch Shell subiu 0,07%, tendo esboçado uma reação após os preços do petróleo passarem a avançar na metade final da sessão; a BP, no entanto, fechou em baixa de 0,29%.
O índice CAC-40, da bolsa de Paris, foi outro que fechou no vermelho, com queda de 0,40%, aos 5.174,90 pontos. Entre as maiores quedas, destaca-se a Air France-KLM, que recuou 2,37%; já o BNO Paribas perdeu 0,40%, enquanto outros bancos, como o Société Générale (+0,43% e o Crédit Agricole (+1,00%) fecharam em alta.
Em Frankfurt, o índice DAX recuou 0,31%, aos 12.437,13 pontos. Entre as instituições financeiras, o Deutsche Bank fechou em alta de 1,86%, mas não conseguiu firmar o índice no terreno positivo, visto que outras companhias, como o Commerzbank (-0,87%) e a E.ON (-0,46%) ficaram no vermelho. Na sessão marcada pela baixa liquidez, as ações de montadoras registraram perdas, após os registros de novos automóveis alemães terem caído 3% em junho na comparação anual. A BMW baixou 0,84% e a Daimler fechou perto da estabilidade, com alta de 0,03%.
Milão foi uma das praças que destoaram das demais, com o índice FTSE-Mib fechando em alta de 0,09%, aos 21.031,05 pontos. Nesta manhã, o governo italiano informou que assumiu formalmente o controle do banco Monte dei Paschi di Siena, no mesmo dia em que a Comissão Europeia aprovou o pedido de recapitalização da instituição em 5,4 bilhões de euros. O setor bancário italiano reagiu positivamente às duas notícias e fechou em alta, com o Banco BPM subindo 1,73% e o Unicredit avançando 1,65%.
O índice Ibex-35, da bolsa de Madri, fechou em queda de 0,35%, aos 10.566,70 pontos. Já na bolsa de Lisboa, o índice PSI-20 fechou em leve alta, de 0,01%, aos 5.181,15 pontos. (Com informações da Dow Jones Newsires)