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Confusão com torcida do lado de fora do estádio do Maracanã resulta em 29 feridos

O Vasco conquistou neste domingo a Taça Guanabara – o primeiro turno do Campeonato Carioca -, mas a vitória de 1 a 0 sobre o rival Fluminense tornou-se secundária. O resultado foi ofuscado pela confusão que marcou a partida do lado de fora do estádio do Maracanã, com bombas de efeito moral, tiros com munição de borracha e cargas de cavalaria do PM.

A ação policial resultou em pelo menos 29 feridos. O tumulto aconteceu porque uma decisão judicial, tomada de madrugada – quando 30 mil ingressos já tinham sido vendidos – inicialmente impediu que o público entrasse. A entrada só foi liberada às 17h30, quando a partida já tinha passado da metade do primeiro tempo.

Vascaínos e tricolores disputavam o setor sul do Maracanã. O Vasco, que tinha o mando de campo, manteve a venda de ingressos para sua torcida na área das arquibancadas que ocupa desde a inauguração do estádio, em 1950. O Fluminense alegava que, por contrato com o Complexo Maracanã, tinha direito a usar o mesmo espaço, fosse ou não o mandante da partida. O clube das Laranjeiras obtivera liminar garantindo a prerrogativa, mas o rival recorreu. Os tricolores então, alegando problemas de segurança, requereram que o clássico fosse com portões fechados.

A desembargadora de plantão, Lucia Helena do Passo, atendeu ao pedido. A magistrada entendeu que o contrato do clube com o Complexo Maracanã era omisso em relação à situação que se apresentou e também viu problemas de segurança. Determinou que o dinheiro dos ingressos fosse devolvido. Os dois clubes chegaram a fazer um acordo para abertura do estádio durante o jogo, com o Vasco assumindo o risco de pagar R$ 500 mil em multa, mas o Juizado Especial Criminal (Jecrim) não aceitou.

A decisão elevou a tensão. Torcedores chegavam para assistir ao jogo e eram impedidos de entrar. Por volta das 17 horas, uma grade foi derrubada e começou o tumulto. Cavalarianos do Regimento de Polícia Montada investiram contra alguns torcedores, enquanto que bombas explodiam em meio ao corre-corre. Houve pelo menos quatro registros policiais. A multidão chegou a se dispersar, mas, perto das 17h30, voltou a se aglomerar.

Quando uma nova confusão era iminente, a entrada foi liberada pela Justiça. Com algum tumulto, os torcedores entraram no estádio, quando o jogo já tinha mais de 30 minutos. Foi, porém, uma partida praticamente de torcida única: havia muito poucos torcedores tricolores. A maioria do público presente assistiu à vitória cruzmaltina, com gol de falta de Danilo Barcelos, aos 35 da segunda etapa.

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