Economia

Marca não tinha rivais internacionais

Ressuscitar uma marca como a Zoomp – que era um ícone desejado do passado – pode ter vantagens em relação à construção de uma história totalmente nova, na visão de Silvio Passarelli, diretor da Fundação Armando Álvares Penteado (Faap) e especialista em marketing e criatividade. Ele lembra, no entanto, que, em seu auge, a Zoomp não tinha de enfrentar concorrentes internacionais.

O designer Edval Dominges, 41 anos, lembra que, no passado, a Zoomp era chique. “O raio do logotipo dava status. Tenho um tio fazendeiro, de Goiânia, que naquela época vendeu dez cabeças de gado para comprar dez calças. Queria mostrar para todo mundo na cidade que era poderoso.”

A crise nas contas na Zoomp não resvalou na imagem das roupas. Em 2006, quando Enzo Monzani e Conrado Will, da Identidade de Moda, compraram a Zoomp, herdaram uma dívida de R$ 140 milhões. “O Renato (Kherlakian, fundador da marca) vendeu para os fundos, que naquela época estavam se especializando no mercado de moda, mas não tiveram dinheiro para honrar os compromissos, e a empresa se complicou”, diz Passarelli, da Faap.

Fundos de moda

Ao contrário do que ocorre na Europa, os fundos de investimento em moda, que reúnem várias marcas, ainda não deram certo no Brasil. Segundo Passarelli, além da tradição da produção de moda de países como a França – sede do grupo LVMH, dona da Louis Vuitton, fundado há 163 anos -, diferenças culturais que prejudicam a atuação no setor por aqui. “Na Europa existe uma cultura de moda. O consumidor paga pelo imaterial. Aqui, a maioria decide pelo preço e pelo que acha feio ou bonito.” As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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