O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, disse que o Brasil está criando regras que viabilizam o investimento privado na infraestrutura. A declaração foi dada depois de reunião com o ministro das Finanças do Reino Unido, Philip Hammond, e empresários do país.
Meirelles citou recentes leilões de aeroportos e energia que trarão investimentos para os próximos 30 anos e disse que novas iniciativas como essas serão realizadas. “Um ambiente econômico mais responsável e previsível é crucial para o crescimento e desenvolvimento econômico”, afirmou.
No encontro, o ministro apoiou ainda o pedido do Brasil de se tornar um país membro da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). “Gostamos de saber que contamos com apoio do Reino Unido”, disse Meirelles.
De acordo com o ministro, a reunião foi bastante produtiva e discutiu a cooperação bilateral nas áreas de serviços financeiros, infraestrutura, comércio e investimentos. Em 2016, a corrente de comércio entre os dois países chegou a R$ 16 bilhões.
O ajuste fiscal brasileiro foi discutido nas reuniões, o que, segundo Meirelles, elimina uma grande fonte de instabilidade pela qual o País passou nos últimos anos. Ele afirmou ainda que há uma série de reformas microeconômicas que fazem com que o Brasil continue a crescer no ranking dos países com facilidade de se fazer negócios.
Importância
O ministro Philip Hammond reafirmou o interesse dos britânicos em ampliar o comércio exterior com o País em meio ao processo de saída do país da União Europeia. “O Brasil terá um papel muito importante (em meio ao processo de Brexit), pois queremos aumentar o comércio exterior com o mundo”, disse o ministro britânico após reunião com Henrique Meirelles.
Hammond explicou que, diante da decisão do eleitorado britânico de deixar a União Europeia, o Reino Unido busca ampliar o comércio com outros parceiros econômicos. Nessa estratégia, o Brasil é um dos alvos. O ministro explicou que britânicos e brasileiros têm “relação forte e histórica” e, por isso, o País é um parceiro importante para Londres. Uma das iniciativas para isso é o aumento de cerca de 50% no crédito disponível para a exportação ao Brasil que já soma cerca de 3 bilhões de libras.
Ao lado do colega brasileiro, o ministro britânico disse que o Reino Unido apoia a “agenda de reformas (do Brasil) que é um passo vital para o retorno à prosperidade”. “O Brasil é a maior economia da América Latina e é ótimo ver a retomada do crescimento”, afirmou. Nesse esforço, Hammond elogiou a iniciativa do Brasil de aderir à Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE).
Enquanto o processo de saída da UE não é concluído, o Reino Unido segue membro pleno do grupo europeu. Por isso, o ministro de Finanças defendeu que o grupo avance com as negociações com o Mercosul. “Enquanto o Reino Unido segue membro da UE, apoiamos fortemente acordo entre a União Europeia e o Mercosul”, disse.