Economia

Fibria ainda está na briga pela Eldorado

A companhia brasileira Fibria, maior companhia de celulose do mundo, tem uma proposta na manga para comprar a concorrente Eldorado, que pertence à família Batista, caso as negociações em curso com o grupo chileno Arauco não avancem, apurou a reportagem.

Fontes a par do assunto afirmaram que o grupo brasileiro aguarda o fim do acordo de exclusividade entre Eldorado e Arauco, valido até a meia-noite de quinta-feira, para formalizar sua oferta.

A Eldorado fechou, no fim de junho, um acordo de exclusividade com a Arauco por 45 dias. Nesse acordo, segundo fontes de mercado, o grupo chileno teria se comprometido a pagar US$ 4 bilhões pelo negócio. A companhia chilena, então, começou a fazer o processo de due dilligence (auditoria) na empresa.

Nos últimos dias, contudo, a família Batista teria sinalizado à Fibria, que tem o grupo Votorantim e o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) como acionistas, que poderia analisar uma proposta do concorrente brasileiro, afirmaram duas fontes à reportagem.

A companhia chilena Arauco é assessorada pelo banco Santander. A aquisição da Eldorado pela Arauco é considerada estratégica para o grupo chileno ganhar mais relevância no mercado internacional. Procurada, a Arauco não retornou os pedidos de entrevista.

Expansão

Para a Fibria, a compra do rival traz sinergia ao grupo, uma vez que a fábrica da Eldorado está localizada em Três Lagoas (MS), mesma cidade onde a Fibria está instalada.

Procurada, a assessoria da Fibria informou, por meio de nota, que “a companhia já manifestou que tem interesse nos ativos da Eldorado Celulose, mas não fez, até o momento, nenhuma proposta vinculante pela empresa. Da parte da Fibria, aguardamos o fim do período de exclusividade da negociação anunciado pela Eldorado Celulose com outra companhia para nos manifestarmos.”

Já a holding J&F afirmou que “não comenta a venda de ativos além das informações públicas e respeita os contratos de exclusividade em andamento”.

Com dívida líquida de cerca de R$ 8 bilhões, a Eldorado também tem os fundos de pensão Funcef (Caixa) e Petros (da Petrobrás) como acionistas. Funcef e Petros fazem parte do fundo de investimento (FIP) Florestal, que também tem a J&F, holding dos irmãos Batista, como sócio.

De acordo com uma fonte do mercado financeiro, que preferiu não identificar, se a Eldorado for vendida a uma companhia de capital fechado – caso da Arauco -, a chance de saída dos fundos de pensão do negócio é menor. Se a compra for feita por um grupo com ações em Bolsa, caso da Fibria, a saída do negócio deve ocorrer mais rapidamente. Com a queda recente do dólar, a companhia está avaliada entre R$ 12 bilhões e R$ 13 bilhões, disseram fontes. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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