O índice dos gerentes de compras (PMI, na sigla em inglês) do Brasil caiu de 50,5 em junho para 50 em julho, atingindo um dos menores níveis dos últimos meses, de acordo com a pesquisa mensal da IHS Markit divulgada nesta terça-feira, dia 1º. O PMI vai de zero a 100 e acima de 50 indica expansão da atividade. Abaixo deste patamar, sinaliza retração.
“O setor industrial brasileiro observou uma desaceleração no crescimento tanto do volume de produção quanto no de novos negócios em julho”, afirma o relatório da Markit divulgado nesta terça, que ressalta que as condições econômicas no País seguem desafiadoras, em meio ao aumento da incerteza política.
Para a economista da IHS Markit, Pollyanna de Lima, a mensagem principal do último conjunto de dados do PMI é que os fabricantes no Brasil ainda enfrentam “certas condições” adversas. “Por um lado, a recuperação contínua na quantidade de novos projetos e de produção são notícias bem-vindas, especialmente após um longo período de recessão”, ressalta ela no relatório. “No entanto, as taxas de crescimento atenuaram-se pelo segundo mês consecutivo, causando contrações adicionais nos gastos dos fabricantes.”
A economista observa que a indústria no Brasil comprou menos insumos em julho e voltou a cortar empregos. “Uma área de fortalecimento foi o desempenho das empresas brasileiras nos mercados internacionais, com os dados de julho mostrando a recuperação mais forte da demanda externa desde abril de 2016.” Assim, o volume de novos pedidos para exportação aumentou em julho.
A IHS Markit destaca ainda que foram observados aumentos mais brandos da produção nas categorias de bens de consumo e de bens intermediários, enquanto o volume de produção no subsetor de bens de capital se recuperou da queda observada em junho. “Parte da recuperação nas vendas foi realizada com a redução de estoques existentes nos fabricantes.” Com isso, o nível de estoques de produtos acabados tem diminuído em todos os meses desde janeiro de 2015.
Sobre o emprego na indústria, o relatório da Markit destaca que os níveis continuaram a diminuir, com perdas de empregos generalizadas nas categorias de bens de consumo, bens intermediários e de bens investimento. “Porém, a taxa de redução foi moderada, no geral, e com ritmo mais lento do que em junho.”