O Brasil foi último colocado na sua primeira final no Mundial de Piscina Curta de Doha, nesta quarta-feira, no Catar. Depois de ser o mais rápido das eliminatórias e ajudar a equipe brasileira a avançar à disputa por medalhas com o segundo melhor tempo da manhã, Cesar Cielo decidiu não nadar a final do revezamento 4×100 metros livre, alegando que, como o Brasil tinha chances reduzidas de pódio, preferia se poupar para as provas com melhores expectativas de medalha.
Nas provas individuais, o Brasil conseguiu colocar quatro atletas nas provas nas finais que vão acontecer na quinta-feira à noite (tarde pelo horário de Brasília). Guilherme Guido foi o segundo mais rápido nos 100m costas enquanto Etiene Medeiros voltou a bater o recorde sul-americano na prova feminina.
No revezamento, o Brasil contou com João de Lucca e Gustavo Godoy, os dois atletas eliminados nas eliminatórias dos 200m livre, pela manhã, substituindo Cesar Cielo e Henrique Rodrigues (reserva que nadou no lugar de Godoy nas eliminatórias).
Henrique Martins entregou em último, João de Lucca foi muito bem e passou em quinto, mas Alan Vitória e Godoy voltaram a nadar na oitava e última posição. “Com o Cielo poderíamos ter ido 2 segundos mais rápido”, comentou Henrique Martins. A equipe brasileira ficou a 2s73 da medalha de bronze, conquistada pelos norte-americanos.
A França faturou o ouro com 3min03s78, estabelecendo o novo recorde do campeonato numa equipe que contou com o campeão olímpico Florent Manaudou. A Rússia ficou com a prata e viu Vladimir Morozov abrir a prova em 45s51, baixando em mais de meio segundo o melhor tempo do mundo no ano, que era de Cesar Cielo (46s08). Manaudou fez impressionantes 44s80, mas teve largada lançada (por saltar com a prova em andamento, teve tempo de reação 0s44 mais rápido que de Morozov, por exemplo, e por isso não conta para o ranking).
MAIS BRASIL – Nas provas individuais, o primeiro brasileiro a se garantir nas finais de quinta-feira foi Guilherme Guido. Bronze em Istambul, ele foi o segundo mais rápido das semifinais dos 100 metros costas, com 50s12, mais lento apenas que o australiano Mitchell James Larkin (49s62). “Na final tem que ser 49 (na casa de 49s). É fazer o meu melhor e ir atrás do recorde sul-americano”, disse o nadador, ao SporTV. A melhor marca do continente é do próprio Guido, que nadou em 49s63 em 2009, ainda na época dos trajes tecnológicos.
Outro que vai à final com chances reais de medalha é Felipe França. O corintiano fez a melhor parcial dos primeiros 50m nas semifinais nos 100m peito, mas soltou na volta. Por isso, fez apenas o sexto tempo, com 57s21. França lidera o ranking mundial com 56s25, tempo melhor inclusive que os 56s43 do britânico Adam Peaty, que bateu o recorde do campeonato.
“Vou tentar fazer tudo perfeito na final para obter um bom resultado, ficar entre os três, tentar ganhar a prova. Tenho bastante concorrente forte também”, comentou Felipe França, que vai nadar a final na quinta-feira. No mesmo dia, deve participar do revezamento 4×50 medley do Brasil, com eliminatórias pela manhã e final à noite (pelo horário de Doha).
Etiene Medeiros voltou a melhorar o recorde sul-americano e, com 57s13, avançou à final dos 100m costas. “A minha segunda virada eu errei, mas deu para ajustar o terceiro 25 (metros), que eu estava errando”, analisou a nadadora do Sesi-SP, que já havia batido o recorde pela manhã, com 57s36.
A quarta vaga brasileira nas finais de quinta-feira veio com o potiguar Marcos Macêdo, estudante de medicina que concilia as aulas em Natal com os treinos de natação. No seu primeiro campeonato Mundial, fez 50s03 na semifinal dos 100m borboleta e avançou à final com o quarto melhor tempo. A marca é a melhor da América do Sul desde a proibição dos trajes tecnológicos.
Nicholas Santos também tinha expectativa de fazer final nos 100m borboleta, mas, mesmo melhorando o tempo da manhã, acabou apenas no 14.º lugar na semifinal. Ele agora se prepara em busca de revalidar o título mundial dos 50m borboleta, uma vez que venceu a prova em Istambul/2012.