Com uma atuação consistente, Gabriel Medina deu show em Pipeline nesta sexta-feira enquanto muitos torcedores do Brasil gritavam seu nome e aplaudiam seus tubos e manobras. Mesmo com os tropeços dos rivais Mick Fanning e Kelly Slater, o brasileiro lutou até o fim e garantiu o título mundial graças ao seu talento. “Significa muito para mim poder ser o primeiro brasileiro campeão mundial de surfe. Muitos brasileiros tentaram, e não sei porquê Deus me escolheu para ser o primeiro”, disse Medina, entusiasmado.
Quando Alejo Muniz superou Fanning, Gabriel estava se preparando para entrar no mar para a disputa da sua bateria nas quartas de final. Só que a praia de Pipeline se transformou em um carnaval brasileiro e sua família foi parar dentro da água. “É fantástico. Eu não sei exatamente o que dizer. Eu quero agradecer ao Alejo por me ajudar. Eu amo essa torcida. Eu quero muito celebrar com todas essas pessoas, com meu pai e minha mãe. Eu sonhava com isso e agora virou realidade”, afirmou o atleta, que chorou muito e foi levantado pela torcida brasileira.
Vários amigos estavam lá perto para festejar muito, como o ex-surfista profissional Teco Padaratz, o jogador de futebol Alexandre Pato, o surfista de ondas grandes Pedro Scooby e João Paulo Diniz, entre outros. Nas redes sociais, outras celebridades festejaram e mandaram seu recado pelo título mundial, como o amigo Neymar e a presidente Dilma Rousseff.
Nas quartas de final, Gabriel Medina ainda conseguiu a “façanha” de sair da água para comemorar o título, dar entrevistas e autógrafos e voltar para o mar para os últimos 15 minutos de bateria. O compatriota Felipe Toledo não aproveitou a ausência do campeão, fez poucos pontos em uma onda e tomou a virada. Medina foi para as semifinais e lá venceu o australiano Josh Kerr, indo para a grande final contra o também australiano Julian Wilson.
Como primeiro surfista brasileiro em uma final do Pipe Masters, Gabriel Medina deu um show. O início da bateria decisiva foi um espetáculo à parte dos dois. Wilson conseguiu uma ótima onda para a direita e ganhou um 9,93. Só que na sequência, o brasileiro entrou em um tubo quase que interminável à direita, parecia que não sairia dele, mas saiu e comemorou muito a nota 10, única do dia, para fechar a temporada campeã com chave de ouro. No último minuto, o australiano fez uma onda com nota 9,7 e ficou com o título. Nada que atrapalhasse a festa de Gabriel Medina.
Com a conquista, Medina se tornou o primeiro surfista da América Latina a ser campeão mundial. Antes, só atletas de língua inglesa haviam vencido o cobiçado troféu. “Agradeço a toda torcida. Mas meu pai foi o cara. No ano passado perdi muitas baterias, ele falou para não me preocupar e me passou confiança. Cada pequena coisa que ele fez, eu agradeço”, comentou.