A abertura econômica no Brasil precisa também contemplar a abertura financeira e bancária, disse o ex-secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda e atual professor de economia da Fundação Getúlio Vargas (FGV-SP), Márcio Holland, durante participação no Brasil Summit, realizado nesta quarta-feira, 12, em São Paulo pela Thomson Reuters.
“Sempre que se fala em abertura no Brasil se fala em abertura comercial. Eu acho que a abertura econômica no Brasil tem que ser enorme e incluir a abertura financeira e bancária”, afirmou ele, ao comentar proposta do ex-presidente do Banco Central Carlos Langoni, que no mesmo evento defendeu a abertura como forma de romper o ciclo de estagnação da economia.
De acordo com Holland, é um “acinte” quatro grandes bancos dominarem mais de 80% das operações no Brasil. “E o Banco Central e as regras do sistema financeiro no Brasil permitem isso”, criticou Holland, para quem é preciso fazer um programa de atração de grandes bancos estrangeiros para o País.
Segundo o ex-secretário, é muito simples fazer isso. “É só permitir a venda de folhas de pagamento para bancos estrangeiros, vender a carteira de crédito rural do Banco do Brasil para bancos estrangeiros. Então, isso tem que compor a abertura da economia brasileira e não só a abertura comercial”, afirmou Holland.