A mediana da inflação esperada pelos consumidores para os próximos 12 meses ficou em 5,6% em setembro, ante 5,7% em agosto, informou na manhã desta sexta-feira, 21, a Fundação Getulio Vargas (FGV), que divulgou o Indicador de Expectativa de Inflação dos Consumidores. Em relação ao mesmo período do ano passado, houve recuo de 1,1 ponto porcentual no indicador.
“A expectativa de inflação dos consumidores mostra-se bem ancorada e segue de perto a inflação medida pelo IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo, apurado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Parece que enquanto a variação dos preços se mantiver estável, a expectativa dos consumidores para o futuro continuará no mesmo ritmo e oscilará em torno de 5%. Uma excelente notícia, considerando-se a grande incerteza eleitoral que vivemos no momento”, avaliou o economista Pedro Costa Ferreira, do Instituto Brasileiro de Economia da FGV (Ibre/FGV), em nota oficial.
Na distribuição por faixas de inflação, 57,6% dos consumidores projetaram uma taxa dentro dos limites de tolerância da meta de inflação de 4,5% estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional para este ano, ou seja, entre 3% e 6%. Em agosto, essa fatia era menor, 56,3% dos consumidores previam que a inflação ficasse dentro da meta.
A proporção de consumidores indicando inflação abaixo do limite inferior de 3% subiu de 8,2% em agosto para 8,4% em setembro. A fatia dos que esperam inflação entre o limite inferior de 3% e o centro da meta de 4,5% cresceu de 28,8% para 30,2% no mesmo período.
Entre as famílias com renda mensal mais baixa, que recebem até R$ 2.100,00, houve ligeira redução na expectativa para a inflação, de 0,1 ponto porcentual, de 6,3% em agosto para 6,2% em setembro. Para os consumidores com renda familiar mensal entre R$ 4.800,00 e R$ 9.600,00, a expectativa de inflação cresceu 0,1 ponto porcentual, para 5,5%, o maior nível desde outubro de 2017 (5,9%).
O Indicador de Expectativa de Inflação dos Consumidores é obtido com base em informações da Sondagem do Consumidor, que ouve mensalmente mais de 2,1 mil brasileiros em sete das principais capitais do País. Aproximadamente 75% dos entrevistados respondem aos quesitos relacionados às expectativas de inflação.