A confiança do consumidor recuou 1,7 ponto em setembro ante agosto, na série com ajuste sazonal, informou nesta segunda-feira, 24, a Fundação Getulio Vargas (FGV). O Índice de Confiança do Consumidor (ICC) passou de 83,8 pontos em agosto para 82,1 pontos em setembro.
Com o resultado, o indicador retorna ao nível de junho, quando a confiança tinha sido abalada pela crise de abastecimento provocada pela greve dos caminhoneiros ao fim de maio.
“O resultado parece estar diretamente relacionado à situação financeira das famílias e à lenta recuperação do mercado de trabalho. Apesar de adicionar dúvidas, o cenário político-eleitoral não parece ser o principal fator para a queda do indicador em setembro. Na análise por faixas de renda, nota-se uma queda forte da confiança de consumidores de menor poder aquisitivo e uma alta moderada da confiança dos consumidores de maior poder aquisitivo”, avaliou Viviane Seda Bittencourt, coordenadora da Sondagem do Consumidor, em nota oficial.
Em setembro, o Índice de Situação Atual (ISA) subiu 0,9 ponto, para 72,3 pontos, enquanto o Índice de Expectativas (IE) recuou 3,3 pontos, para 89,7 pontos, o menor nível desde fevereiro de 2017.
O item que mede o grau de satisfação com a economia no momento atual caiu 1,1 ponto em setembro, retornando ao nível de junho. Com relação às perspectivas para os meses seguintes, o componente sobre o otimismo com relação à evolução da economia recuou 3,4 pontos, para 100,0 pontos, o menor patamar desde maio de 2016.
A avaliação sobre a atual situação financeira das famílias melhorou 2,8 pontos em setembro, mas permanece em patamar baixo, aos 67,6 pontos. Com relação às perspectivas para os próximos meses, os consumidores projetam uma piora da situação financeira das famílias, com recuo de 3,7 pontos, para 91,7 pontos.
O ímpeto para compras recuou pelo segundo mês consecutivo, confirmando a cautela dos consumidores com os gastos futuros, apontou a FGV. O item que mede a intenção de compras de bens de consumo duráveis caiu 2,5 pontos em setembro, para 78,7 pontos.
Os consumidores de menor poder aquisitivo puxaram a piora do ICC em setembro. A confiança dos que possuem renda familiar mensal de até R$ 2.100,00 caiu 3,9 pontos no mês, sob influência da deterioração das perspectivas futuras. Os consumidores com renda familiar entre R$ 2.100,01 e R$ 4.800,00 também tiveram redução na confiança no período, um recuo de 1,8 ponto, após três altas consecutivas, com piora das avaliações sobre a situação atual.
A Sondagem do Consumidor coletou informações de 1.925 domicílios em sete capitais, com entrevistas realizadas entre os dias 1º e 19 de setembro.