Economia

Payroll forte conduz Dow Jones à pior semana desde outubro de 2008

A forte criação de empregos no mês de janeiro nos Estados Unidos acompanhada da alta maior do que a prevista do salário médio por hora dos trabalhadores fez com que os participantes do mercado aumentassem a aposta de que os juros vão voltar a subir em breve no país. A percepção da proximidade deste aperto monetário derrubou o mercado de ações em Nova York, levando os principais índices a ter a pior semana em anos. O índice Dow Jones, por exemplo, teve a maior perda em pontos em mais de nove anos.

O índice Dow Jones terminou a sessão em 25.520,96 pontos, queda na sessão de 666,75 pontos (-2,54%) e na semana de 1.095,75 pontos (-4,12%). Em pontos, o recuo semanal foi o maior desde outubro de 2008, no auge da crise financeira mundial.

O Nasdaq recuou para 7.240,95 pontos, queda diária de 144,91 pontos (-1,96%) e semanal de 264,82 pontos (-3,53%). O S&P 500 terminou em 2.762,13 pontos, recuo na sessão de 59,85 pontos (-2,12%) e na semana de 110,74 pontos (-3,85%).

Nos últimos dias, o mercado financeiro internacional tem avaliado que a percepção do Federal Reserve (Fed, o banco central americano) sobre três elevações de juros este ano não está tão distante da realidade, uma avaliação que predominou no começo do mês de janeiro. O relatório de emprego (payroll) de janeiro alimentou ainda mais esta aposta.

Publicado no final da manhã pelo Departamento do Trabalho, o payroll mostrou que a economia americana gerou 200 mil vagas no mês passado e que o salário médio por hora teve elevação mensal de 0,34%, ambos acima das previsões dos analistas ouvidos pela Dow Jones Newswires, que eram de criação de 177 mil empregos e alta de 0,20% nos rendimentos dos trabalhadores.

O indicador fez com que subissem as apostas dos analistas e operadores de elevação de juros este ano nos EUA. “Este grande número do mercado de trabalho se tornou um risco para o mercado de ações, porque ele significa que as o Fed poderá ser mais agressivo na elevação de juros, afirmou a estrategista-chefe de mercados globais da Invesco, Kristina Hooper.

A avaliação de que o custo do dinheiro vai ficar mais alto em breve despertou a onda vendedora de ações. O noticiário corporativo também deu sua contribuição, em meio à temporada de balanços.

De manhã, a ExxonMobil informou que vai investir mais de US$ 50 bilhões nos Estados Unidos nos próximos cinco anos e a Chevron estimou um crescimento entre 4% e 7% na produção para 2018. Ainda que sejam positivas para as empresas, que acreditam que há espaço para ampliação no setor, as notícias prejudicaram a cotação do petróleo, que é uma das variáveis-chave para o preço das ações. Assim, as companhias terminaram com recuos de 5,10% e de 5,57%, respectivamente. O subíndice de energia da NYSE cedeu 3,95%.

Das três companhias de tecnologia que divulgaram balanços na véspera, somente a Amazon terminou com ganho (+2,87%). O Google recuou 5,28% e a Apple cedeu 4,34%.

O índice VIX de volatilidade, uma medida da volatilidade esperada nos próximos 30 dias no S&P 500, subiu 17,31 pontos (+28,51%). O VIX, às vezes referido como uma medida do “medo” do mercado nas próximas sessões, costuma subir quando as ações caem. (Com Dow Jones Newswires)

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