Após meses de trégua, as famílias brasileiras voltaram a pagar mais por alimentação em dezembro. O grupo Alimentação e Bebidas saiu de uma queda de 0,38% em novembro para um avanço de 0,54% no último mês, interrompendo sete meses seguidos de reduções de preços, segundo os dados do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
“É possível que haja um realinhamento de preços (dos alimentos), que estavam muito baixos por conta da safra”, avaliou Fernando Gonçalves, gerente da Coordenação de Índices de Preços ao Consumidor. “Alimentação deixa de contribuir para conter o IPCA (em dezembro), e tem um peso importante na cesta de consumo das famílias”, completou.
O grupo Alimentação, que responde por 25% das despesas das famílias, passou de uma contribuição de -0,09 ponto porcentual sobre o IPCA de novembro para um impacto de 0,13 ponto porcentual em dezembro.
A alimentação consumida no domicílio saiu de uma queda de 0,72% em novembro para aumento de 0,42% em dezembro. Houve ainda reduções em itens como o feijão-carioca (-6,73%) e o leite longa vida (-1,43%). Por outro lado, pesaram mais no orçamento das famílias as carnes (1,67%), as frutas (1,33%), o frango inteiro (2,04%) e o pão francês (0,67%).
A alimentação consumida fora de casa subiu 0,74% em dezembro, depois do aumento de 0,21% registrado em novembro.
Segundo Fernando Gonçalves, a previsão para a safra agrícola de 2018 é um pouco menor, mas ainda “boa”, o que significa que taxas de inflação muito baixas podem ter ficado para trás, mas sem pressões que impliquem uma disparada de preços, mas sim altas “moderadas”.
“Os preços estão voltando a se realinhar, a economia está voltando a respirar, o emprego está um pouco melhor. Os indicadores estão voltando à sua normalidade”, lembrou o gerente do IBGE.