O Ibovespa abriu em alta moderada e, poucos minutos depois, superava o patamar dos 83 mil pontos até marcar máxima aos 83.372 pontos (+0,73%). O ímpeto comprador contradizia o desempenho negativo dos futuros de Dow Jones e S&P500 e durou pouco. Por volta das 10h20, o indicador desacelerava a alta para 0,24% aos 72.969 pontos.
Na avaliação do analista da Eleven Financial Raphael Figueredo, a alta mais firme do índice brasileiro nos primeiros negócios tem como influência o resultado (+0,29%) do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de janeiro abaixo do piso (+0,33%) das projeções. “O mercado aproveitou para assumir mais risco”, disse Figueredo.
A inflação menor que o esperado sinaliza que a Selic baixa – a 6,75% ao ano, menor patamar da história – pode durar mais tempo, segundo Figueredo. Essa possibilidade estimula não apenas a entrada do investidor no mercado de ações como favorece os financiamentos de longo prazo da economia real.
Figueredo pondera, entretanto, que o atual momento do mercado global não permite ilusões sobre a volta do mercado de alta. A forte volatilidade e a recente assimetria entre os preços globais das commodities, moedas, ações e bonds ainda estão presentes. “Então o pregão vai depender muito do humor do investidor estrangeiro”, afirmou.
Vale lembrar que, em apenas dois dias, os investidores não residentes sacaram mais de R$ 1 bilhão da Bolsa brasileira (saldo negativo entre compras e vendas de ações nos dias 2 e 5 de fevereiro, segundo a B3). “Mais do que nunca, estamos dependentes do fluxo estrangeiro para nosso mercado evoluir”, disse.