A Usiminas informou nesta quinta-feira, 8, que suas principais acionistas, a ítalo-argentina Ternium e a japonesa Nippon, fecharam um acordo inicial para estabelecer novas regras em suas relações e terminar a briga que se arrasta há cerca de quatro anos na siderúrgica.
O acordo visa a adoção de medidas para solucionar todas as disputas legais pendentes em relação ao negócio. Segundo fontes de mercado, pode também abrir espaço para a atração de um eventual novo sócio.
Um dos principais aspectos do conflito entre os dois grupos residia no direito de indicar o principal executivo da empresa. Ontem, Ternium e Nippon divulgaram que cada parte irá nomear o presidente do conselho e o diretor-presidente da companhia por dois mandatos consecutivos de dois anos – ou seja, por até quatro anos.
Inicialmente, a Nippon terá o direito de escolher o presidente do conselho da Usiminas, enquanto a Ternium apontará o diretor-presidente da empresa. Os nomes escolhidos agora poderão ficar no cargo até 2022. A partir de então, a relação se inverte: a Nippon escolherá o executivo que tomará conta do dia a dia dos negócios, enquanto a Ternium definirá o líder do conselho de administração.
Dentro desse acordo, a Ternium pretende manter no cargo o atual diretor-presidente, Sérgio Leite, enquanto a Nippon deve nomear Ruy Hirschheimer presidente do conselho – o executivo foi presidente da Electrolux na América Latina e também comandou a trading Bunge no País. Inicialmente os mandatos vão até 2020, mas poderão ser renovados por mais 24 meses.
A diretoria será composta por seis membros, incluindo o diretor-presidente – as nomeações serão divididas de forma que cada sócio escolha os nomes de 50% dos executivos.
As partes acertaram que nenhum dos grupos poderá adquirir ações com direito a voto da Usiminas em circulação até o fim do atual acordo de acionistas – a não ser que tenha autorização da outra sócia. Ambas poderão, porém, vir a exercer o direito de preferência em eventual novas emissão de papéis.
Em comunicado, Ternium e Nippon afirmaram que o acordo tem a intenção de ampliar a parceria entre as sócias, melhorar a governança e ampliar a expansão da empresa. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.