O dólar se firmou no terreno negativo no período da tarde desta sexta-feira, 19, renovando as mínimas da sessão, com o maior ingresso de recursos no País, segundo profissionais do mercado. A divisa chegou a ficar abaixo de R$ 3,20 no intraday, e o movimento ocorreu apesar da queda do petróleo no mercado internacional e da cautela dos mercados em relação a uma possível paralisação do governo americano a partir deste sábado se o Senado daquele país não aprovar a ampliação do teto de endividamento e a extensão do financiamento ao governo federal. No exterior, o dólar operava com sinais mistos.
O projeto que eleva o teto da dívida dos Estados Unidos até 16 de fevereiro foi aprovado na quinta-feira pela Câmara dos Representantes, mas tudo indicava que os republicanos teriam dificuldades para passar o texto no Senado, que discute o texto nesta sexta-feira. Os democratas condicionam seus votos a um acordo sobre o DACA, programa federal que impede a deportação de imigrantes que entraram nos Estados Unidos ainda crianças e permaneceram no país de forma ilegal.
“Se não fosse o fluxo forte de recursos para o País, o dólar estaria em alta ante o real”, avaliou Bruno Foresti, gerente de câmbio do Ourinvest. O fluxo para o Brasil tem se intensificado neste início de ano, com a maior entrada de capital estrangeiro na bolsa e captações externas, diante do aumento do apetite global ao risco.
Durval Correa, diretor de câmbio da MultiMoney, ressaltou que o apetite do investidor ficou evidente com a emissão realizada na quinta pelo governo brasileiro, de US$ 1,5 bilhão em bônus externos com a reabertura do Global 2047. Além de a emissão ter sido mais barata do que na data original de lançamento do papel, a demanda ficou em torno de quatro vezes maior do que o volume emitido (US$ 1,5 bilhão), segundo informações do Tesouro Nacional. Inicialmente, a expectativa era emitir cerca de US$ 1 bilhão em bônus. “Isso mostra que o cenário se mantém favorável a países emergentes”, afirmou.
O dólar à vista fechou em queda de 0,26%, a R$ 3,2010. O volume foi de US$ 1,919 bilhão. Na mínima, chegou a R$ 3,1994 (-0,31%) e, na máxima, a R$ 3,2143 (+0,16%). Na semana, acumulou perda de 0,18%. No mercado futuro, a moeda americana para fevereiro terminou em baixa de 0,33%, a R$ 3,2020.