A audiência pública que discute a privatização da distribuidora Ceal foi suspensa na manhã desta terça-feira, 27, por protesto de sindicatos. Trabalhadores invadiram o auditório onde o evento, em Maceió (AL), ocorre aos gritos de “Fora Temer”, “golpistas não passarão” e “a Ceal é nossa”. A empresa, que pertence à Eletrobras, será privatizada em 30 de abril, e a realização da audiência é uma condição necessária para realizar o leilão.
De acordo com o secretário-executivo do Ministério de Minas e Energia (MME), Paulo Pedrosa, a Polícia Militar de Alagoas informou não ter condições de garantir a segurança do evento. Por isso, a assembleia foi suspensa.
“Nossa principal preocupação no momento é preservar a integridade física da equipe do MME e das pessoas que estão na audiência”, afirmou Pedrosa ao Broadcast, serviço de notícias em tempo real do Grupo Estado. “O ambiente, de fato, está muito tenso e a PM nos comunicou a insegurança da situação atual.”
Segundo Pedrosa, o governo vai avaliar uma alternativa para concluir o processo e remarcar a audiência pública. Ele esclareceu, porém, que a Ceal não é mais uma concessionária, pois a Eletrobras não renovou o contrato de concessão da empresa. Portanto, se não for privatizada, a Ceal será liquidada até 30 de junho deste ano. No cenário de liquidação, os funcionários terão que negociar com uma massa falida, explicou Pedrosa.
“Aqueles que entendem que impedir a realização da audiência pública impedirá a privatização se enganam. Não há mais concessão no Estado e, nesse caso, a Constituição exige que haja uma licitação. Trabalhar contra o cronograma aponta para o caminho de liquidação das empresas”, disse.
O BNDES já realizou audiência pública para a privatização das distribuidoras Boa Vista Energia, em Roraima; Amazonas Energia; Ceron, em Rondônia; e Eletroacre. Na quarta-feira, está marcada a audiência da Cepisa, em Teresina, no Piauí.