Economia

Bolsas da Europa fecham em baixa, com Powell e notícias corporativas no radar

As bolsas da Europa fecharam nesta terça-feira, 27, majoritariamente no campo negativo, após operarem sem direção única durante boa parte do pregão enquanto esperavam de sinalizações sobre a política monetária do presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central americano), Jerome Powell, em seu primeiro depoimento ao Congresso dos Estados Unidos.

Aos deputados americanos, Powell mostrou otimismo com a economia dos Estados Unidos e reconheceu que a inflação vai atingir a meta de 2%. Ele não sinalizou, contudo, quantas altas de juros prevê este ano.

Neste cenário de incerteza em relação à política monetária mundial, o índice pan-europeu Stoxx 600 encerrou a sessão em baixa de 0,18%, aos 382.36 pontos.

Em Londres, o índice FTSE 100 registrou queda de 0,10%, aos 7.282,45 pontos. Entre as ações com as maiores perdas, a varejista Associated British Foods caiu 2,38%, enquanto a fabricante de produtos de saúde Reckitt Benckiser recuou 2,32%. Mais cedo, o ministro das Finanças do Reino Unido, Philip Hammond, prometeu a parlamentares da Câmara dos Comuns esclarecer em um discurso na semana que vem como ele pretende incluir os setores de serviços e bens de consumo em um acordo comercial com a União Europeia.

No lado positivo, o maior destaque foi a operadora de telecomunicações Sky, que teve alta de 20,50% após a Comcast Corp. anunciar uma oferta de US$ 30,9 bilhões para comprar a empresa britânica. O peso relativo da Sky sobre o FTSE 100, contudo, não foi suficiente para o índice fechar o dia acima da estabilidade.

Também mereceu atenção a valorização do dólar em relação ao euro, sob influência da divulgação antecipada de trechos do discurso do presidente do Fed, mas também de uma leitura um pouco mais fraca que o esperado da inflação na Alemanha.

Além disso, mais cedo, o presidente do Bundesbank e membro do Conselho de Governadores do Banco Central Europeu (BCE), Jens Weidmann, avaliou que a normalização da política monetária vai “exigir bastante tempo”. Para ele, a acomodação monetária precisará ser feita gradualmente, conforme as necessidades, e o recente avanço do euro não muda esse cenário.

A Bolsa de Frankfurt recuou 0,29%, para 12.490,73 pontos, pressionada ainda por uma decisão judicial que abriu às cidades do país a possibilidade de proibir a circulação de carros a diesel, o que levou ações de montadoras ao campo negativo. No índice alemão DAX-30, a Volkswagen perdeu 0,89%, a fabricante de pneus Continental teve baixa de 0,57% e a BMW caiu 0,06%.

As ações da empresa química BASF, também da Alemanha, registraram queda de 2,12%. No início do dia, a companhia divulgou um lucro líquido 123% maior no quatro trimestre do ano passado que em igual período de 2016. Ao comentar os resultados, contudo, o presidente-executivo da multinacional, Kurt Bock, ponderou que a reforma tributária feita nos Estados Unidos poderia encarecer o custo de investimentos para a empresa no país, responsável por quase 25% de suas vendas.

Em Paris e em Madri, os mercados encerraram o dia quase estáveis. Enquanto o índice francês CAC 40 recuou 0,01%, para 5.343,93 pontos, o espanhol Ibex 35 caiu 0,02%, para 9.900,20 pontos.

Em Milão, o índice FTSE MIB avançou 0,08%, para 22.724,46 pontos. Entre os destaques, os bancos Intesa Sanpaolo e UniCredit subiram 0,55% e 1,45%, respectivamente, e a montadora Fiat Chrysler teve alta de 1,32%. Já a Telecom Itália (TIM) registrou baixa de 0,81%.

Na Bolsa de Lisboa, o índice PSI-20 registrou baixa de 0,16%, aos 5.468,05 pontos. (Com informações da Dow Jones Newswires)

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