A favor da ambição da OAS e de outras empreiteiras de voltar a ganhar relevância na construção está o interesse crescente dos chineses pelo Brasil e pela América Latina. Grandes empresas asiáticas vêm buscando negócios no setor no País – como a China Communications Construction Company (CCCC), a China Railway Construction (CRCC) e a China Road and Bridge Corporation (CRBC). E esse apetite deve ganhar impulso com a decisão do governo de Pequim de incluir a América Latina em seu programa de investimentos “One Belt, One Road” (“Um cinturão, uma estrada”).
Trata-se de uma iniciativa para financiar projetos de infraestrutura no mundo, levando junto as empresas de engenharia e as fabricantes de equipamentos chineses. Ao colocar a América Latina no foco do programa, a China tende a facilitar a participação de empresas em licitações na região. O movimento beneficia construtoras que buscam sócios em suas empreitadas diante da crise em seus negócios.
As chinesas têm demonstrado interesse nesse modelo de parceria. Elas relutam em se aventurar sozinhas num mercado desconhecido e complexo como o brasileiro, mas não estão dispostas a comprar empreiteiras locais, como se imaginava inicialmente que fariam, segundo Eduardo Centola, sócio do Banco Modal, que assessora grupos chineses no País. “As grandes companhias chinesas não veem vantagem em assinar um cheque de bilhões para ficar com uma construtora. Estão preferindo negociar projeto por projeto”, diz.
Após três anos de profunda crise, reflexo da crise econômica e da Lava Jato, o setor da construção civil antevê oportunidades em 2018. Mas ainda há incerteza sobre a retomada, diz José Carlos Martins, presidente da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC).
Segundo ele, problemas como insegurança jurídica e demora em licenciamentos ambientais ainda travam projetos. Sem reformas, as concessões vão seguir travadas. “É como se o freio de mão estivesse puxado.” As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.