Economia

Em linha com dólar e rendimento dos Treasuries, juros futuros fecham em alta

Os juros futuros fecharam em alta, refletindo principalmente os ajustes para cima no dólar e nos rendimentos dos Treasuries, num dia de pouco apetite pelo risco dos mercados emergentes em geral. O cenário externo nesta segunda-feira, 29, mais adverso pegou o mercado de juros bastante exposto, após o forte recuo das taxas na semana passada e, com isso, houve realização moderada nos lucros.

A taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2019 encerrou a 6,785%, de 6,780% no ajuste de sexta-feira. A taxa do DI para janeiro de 2020 subiu de 7,93% para 7,97% e a do DI para janeiro de 2021, de 8,74% para 8,79%. A taxa do DI para janeiro de 2023 encerrou em 9,51%, de 9,47%.

Profissionais afirmam que o dólar passou nesta segunda por um movimento generalizado de correção ante as demais divisas, após a forte desvalorização vista na semana passada, quando no Brasil chegou a fechar abaixo de R$ 3,14, o que acabou estimulando também um ajuste nos DIs. Nos Treasuries, o yield da T-Note de dez anos rompeu 2,70% pela primeira vez desde abril de 2014, sendo negociado em 2,703% às 16h28. O dólar à vista subia 0,92%, aos R$ 3,1675 naquele horário.

“O dólar e os DIs são pressionados para cima, seguindo os movimentos no exterior e ajustando suas posições após resultado do julgamento do ex presidente Lula. O fluxo de noticias mais negativas em torno da reforma da Previdência também traz cautela para os investidores locais”, afirmam os profissionais da Guide Investimentos, em relatório.

Internamente, os dados do Governo Central, divulgados no período da tarde, não chegaram a influenciar as taxas, pois os números vieram dentro do esperado. O Governo Central registrou déficit primário de R$ 124,401 bilhões em 2017, melhor do que a mediana das estimativas – saldo negativo de R$ 126,6 bilhões – e também do que a meta de déficit de até R$ 159 bilhões para o ano passado.

“Esse foi o quarto ano consecutivo de déficit, mas há uma melhora em relação a 2016. O que propiciou isso foi a queda nas despesas em proporção do PIB em 2017”, afirmou a secretária do Tesouro Nacional, Ana Paula Vescovi. “Também houve uma leve recuperação da receita líquida no ano passado e iniciamos assim um processo de convergência fiscal para resultados melhores”, completou.

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