O Instituto de Finança Internacional (IIF) afirmou nesta quinta-feira que os mercados emergentes experimentaram, em fevereiro, o primeiro mês de fuga de capitais, com a saída de US$ 4,5 bilhões desses mercados no período. Com isso, essas economias interrompem uma série de 14 meses de influxo de capitais estrangeiros, no pior mês desde agosto de 2015, quando houve uma fuga de US$ 5,8 bilhões.
A região que verificou os piores resultados foi a Ásia, que perdeu cerca de US$ 7,5 bilhões no mês, enquanto os emergentes africanos e do Oriente Médio viram a entrada de US$ 5,3 bilhões no mesmo período. O Brasil também teve resultados positivos.
Enquanto a China viu fuga de US$ 5 bilhões em janeiro, O Brasil viu a entrada de US$ 5 bilhões em capitais. Entre outros países que verificaram influxos em fevereiro estão Turquia (US$ 15 bilhões), Argentina (US$ 8 bilhões), México (US$ 3,7 bilhões).
“Nesse cenário, os bancos centrais de economias compraram US$ 35 bilhões em reservas cambiais, com o ritmo de compra de moedas estrangeiras ultrapassando os US$ 6 bilhões na Argentina, Rússia, Tailândia e Turquia.
O IIF ainda estima que os bônus desses governos tenham se enfraquecido substancialmente no mês passado, baixando de um total de US$ 16,2 bilhões em janeiro, para US$ 1,3 bilhões em fevereiro.
Apesar dos números ruins de fevereiro, o IIF estima que em 2018, os mercados emergentes vejam um aumento considerável da entrada de capital estrangeiro. “Nós estimamos que o influxo de capitais nas 17 maiores economias emergentes passe dos US$ 107 bilhões em 2018, contra apenas US$ 62 bilhões em 2017”.
O instituto pondera, no entanto, que um dólar mais forte e o aumento da inflação podem comprometer a projeção.