A indústria siderúrgica dos Estados Unidos foi estruturada de forma a depender da importação de produtos semiacabados e, por isso, a sobretaxa à importação desse tipo de produto pelo país não deverá ocorrer. A avaliação é do presidente da CSN, Benjamin Steinbruch.
“A siderurgia brasileira está em boa posição em relação à medida dos EUA e precisa ter competência para saber tirar proveito”, disse o presidente da CSN em reunião com jornalistas e analistas.
O vice-presidente comercial da CSN, Luiz Fernando Martinez, acredita que as siderúrgicas dos Estados Unidos seguirão, por um bom tempo, sendo dependentes de placas importadas.
Segundo ele, a decisão das siderúrgicas do país de se focar na produção de aço de mais alto valor agregado não terá uma trajetória alterada em um curto espaço de tempo, visto que tais investimentos não são rápidos. “Acordos terão que ser realizados para que o crescimento da indústria americana possa continuar”, disse.
O Brasil exportou aos Estados Unidos no ano passado 4,7 milhões de toneladas de aço, sendo que cerca 3,7 milhões de toneladas foram de aço semiacabado. O restante são 500 mil toneladas de aço longo e 500 mil de aço plano. Deste último, a CSN responde por um volume de 350 mil toneladas, e a outra parte é proveniente da Usiminas e outras siderúrgicas.
No entanto, segundo Martinez, a CSN já vem reduzindo suas exportações aos Estados Unidos. Em 2015, por exemplo, o volume exportado pela CSN aos Estados Unidos foi de 714 mil toneladas. “As margens são muito melhores no mercado interno”, disse.