Economia

Cautela com EUA predomina e dólar fecha em alta de 0,07%

As incertezas do cenário norte-americano mantiveram a cautela no mercado de câmbio nesta quarta-feira, 14, e o dólar teve mais um dia de movimento predominantemente “lateral”. Depois de ter registrado baixa pela manhã, a moeda americana assumiu leve viés de alta no período da tarde, conservado até o encerramento dos negócios. A decisão de política monetária do Federal Reserve, na semana que vem, segue como principal foco dos investidores, que também acompanham o noticiário acerca das medidas protecionistas de Donald Trump.

Depois de ter caído até 0,45% pela manhã, o dólar à vista inverteu a tendência no início da tarde, subiu até 0,17% e acabou por fechar perto da estabilidade, aos R$ 3,2639 (+0,07%). O noticiário doméstico teve como principal destaque o primeiro dia do Fórum Econômico Mundial, realizado em São Paulo, que foi apenas monitorado.

“O mercado de câmbio segue sem grande volatilidade, uma vez que as movimentações estão mais concentradas nos mercados de ações. Enquanto o dólar estiver oscilando no intervalo entre R$ 3,20 e R$ 3,30, não há motivo para grandes questionamentos”, disse Roberto Serra, sócio e gestor da Absolute Invest.

Pela manhã, havia expectativa com pelo menos dois indicadores de atividade econômica dos Estados Unidos: as vendas no varejo e a inflação no atacado, medida pelo Índice de Preços ao Produtor (PPI). O mercado mostrou certa frustração com os dados mistos revelados, mas prevaleceu a leitura de que o gradualismo deve ser mantido na condução da política monetária do Fed. As vendas no varejo dos EUA recuaram 0,1% em fevereiro ante janeiro, ante previsão de alta de 0,3%. A frustração com a contração das vendas enfraqueceu o dólar ante moedas fortes. Por outro lado, o PPI subiu 0,2% na mesma comparação, pouco acima das estimativas, de alta de 0,1%.

“Estamos a uma semana da reunião do Fed e há poucos indicadores econômicos relevantes a serem divulgados até lá. De tudo o que se viu até agora, prevalece a percepção de que a economia dos EUA cresce, mas não muito. E a inflação segue baixa, o que praticamente descarta uma mudança na política do Fed”, disse um gerente de câmbio.

A maior movimentação do dia no exterior ocorreu com a notícia de que o governo dos Estados Unidos pretende reduzir em US$ 100 bilhões o déficit comercial que tem com a China. A sinalização reforçou o temor de tomada de novas medidas protecionistas e acabou por fortalecer pontualmente o dólar ante moedas emergentes e exportadoras de commodities.

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