O governo Michel Temer realiza uma ampla ofensiva de convencimento da administração Donald Trump para tentar excluir o Brasil da tarifa de 25% sobre a importação de aço. O elenco de argumentos abrange os US$ 11 bilhões investidos por empresas brasileiras no setor siderúrgico dos EUA, o saldo comercial favorável aos americanos na última década, a cooperação dos dois países na área de defesa e a participação do Brasil nos fóruns internacionais que tentam combater o excesso de produção de aço pela China.
Em Washington, o embaixador Sergio Amaral realiza encontros com deputados que representam cidades ou regiões que têm investimentos brasileiros – não apenas na área siderúrgica – em busca de apoio ao pedido de exclusão. “Empresas brasileiras então entre as maiores empregadoras em vários distritos eleitorais”, disse Amaral, dando como exemplo os casos da Embraer, na Flórida, e da Braskem na Pensilvânia.
Nesta quarta-feira, 14, Amaral entregou ao representante de Comércio dos Estados Unidos (USTR), Robert Lighthizer, uma carta em que o ministro das Relações Exteriores, Aloysio Nunes Ferreira, sustenta que a produção de aço brasileira é complementar à americana e alerta para os impactos negativos da imposição da tarifa de importação.
Mas ainda não está claro qual será o procedimento para países e empresas apresentarem recursos contra a aplicação da barreira, disse o embaixador, que discutiu a questão do aço há duas semanas com Lighthizer. A expectativa é que haja uma nova reunião entre o representante de Comércio e autoridades brasileiras em breve.
A ofensiva do governo ocorre em paralelo à da iniciativa privada, que articula sua ação em conjunto com empresas americanas, observou o embaixador. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.