Os juros futuros encerraram a sessão regular desta segunda-feira, 2, com viés de alta nos contratos principais, sendo que os vencimentos mais longos registraram avanço um pouco mais acentuado. Segundo profissionais da renda fixa, o dia é de cautela no segmento.
O noticiário político doméstico conturbado e as preocupações com a cena externa elevaram a tensão no mercado. A incerteza sobre o resultado do julgamento na quarta-feira do habeas corpus, pedido pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, preocupa o investidor, que ainda espera os desdobramentos da operação que levou à prisão temporária amigos do presidente Michel Temer (MDB).
O noticiário internacional, em que a revanche da China contra os ataques do presidente americano Donald Trump foi o destaque do dia, completam a cena e aumentam o receio do investidor de manter posição de maior risco.
O DI para janeiro de 2019 fechou a 6,225% ante 6,219% no ajuste de quinta-feira. O DI para janeiro de 2020 encerrou a 7,070% ante 7,031% no ajuste de quinta-feira. O DI para janeiro de 2021 fechou a 8,030% ante 7,962% no ajuste de quinta-feira. O DI para janeiro de 2023 encerrou a 9,00% ante 8,962% no ajuste de quinta-feira.
Como ressaltou o estrategista de renda fixa da Coinvalores, Paulo Nepomuceno, a expectativa de inflação controlada e de Selic baixa contribui para que a alta dos juros seja limitada. “Por muito menos em termos de acontecimentos políticos e externos, os juros já subiram muito mais”, diz o estrategista.
Vale destacar que, mais uma vez, a projeção mediana para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) foi reduzida na edição desta segunda-feira do Relatório de Mercado Focus (de 3,57% para 3,54%).