Economia

Ibovespa recua 0,82%, ressabiado com cena política local e exterior

Muito embora siga o mau humor externo, espelhando a forte queda dos índices acionários em Nova York, a bolsa brasileira teve motivos domésticos para ter um dia de perdas nesta segunda-feira, 2. O Ibovespa encerrou o pregão em baixa de 0,82%, aos 84.666,43 pontos. O giro financeiro de R$ 8 bilhões, abaixo da média do ano, é um dos fatores que indicam esse acautelamento. A força do recuo foi parcialmente neutralizada pela força das ações da Vale, que tem peso significativo na carteira teórica, e algumas empresas do grupo siderúrgico.

“O investidor está ressabiado com a cena política em um contexto externo ruim”, afirmou Ariovaldo dos Santos, gerente da mesa de renda variável da H.Commcor.
Segundo Santos, a cautela dominou os negócios no pregão de hoje com os investidores de olho no que pode ser considerado um aumento da tensão no ambiente político uma vez que estão marcadas para amanhã as manifestações para pressionar o Supremo Tribunal Federal (STF) a votar a favor da prisão a partir da condenação em segunda instância.

Do ponto de vista externo, retornou a apreensão dos investidores com relação a uma eventual guerra comercial, uma vez que a o governo chinês elevou a temperatura ao anunciar uma retaliação aos Estados Unidos. “Há certa apreensão nos mercados por conta das medidas da China em retaliar a ação dos Estados Unidos”, ressaltou Aldo Muniz Filho, analista da Um Investimentos.

Entre as blue chips, Petrobras ON e PN lideraram as perdas (-2,65%) e (-2,38%) em linha com a forte queda na cotação dos contratos futuros de petróleo no mercado internacional. Os estrangeiros destacaram-se na ponta de venda do papel. No bloco financeiro, Banco do Brasil caiu 1,90%, Itaú Unibanco PN recuou 0,49%, Bradesco PN perdeu 0,92% e Santander, 1%.

Vale ON encerrou o pregão em alta de 1,87%, fazendo o contrapeso aos demais, ao seguir a alta de mais de 1% na cotação do minério de ferro no porto de Qingdao, na China. Além disso, houve reação positiva do investidor à nova política de remuneração aos acionistas.

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