Economia

Ibovespa fecha em leve queda de 0,05% à espera de julgamento no STF

Em uma sessão volátil, o Ibovespa desgrudou da trajetória de alta de seus pares no exterior e se firmou em baixa nesta terça-feira, 3, com os investidores tomando posições mais cautelosas diante da cena política interna. Após oscilar 1.200 pontos entre a máxima e mínima, o índice à vista encerrou o pregão com perdas de 0,05% aos 84.623,46 pontos. O giro financeiro de R$ 8,4 bilhões, novamente abaixo da média do ano, indicava o sentimento de precaução que tomou conta dos investidores.

A bolsa vinha tentando se sustentar em meio à melhora nos mercados acionários nos Estados Unidos, mas virou a mão na segunda etapa do pregão, passando às mínimas. O Ibovespa oscilou entre a máxima do dia aos 85.411 pontos e a mínima, aos 84.209 pontos. Perto de uma hora antes do final do pregão, o índice tocou o terreno positivo em um reflexo das máximas alcançadas em Wall Street para, em seguida, retomar as perdas.

A cautela nos negócios foi atribuída à proximidade do julgamento pelo Supremo Tribunal Federal (STF) do pedido de habeas corpus do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A sessão plenária está marcada para amanhã e pode se estender até quinta-feira.

“Ainda é difícil ter clareza do que pode acontecer no julgamento”, disse Ignacio Crespo, da Guide Investimentos, que afirma ter recomendado aos clientes posição mais cautelosa nos investimentos em renda variável, até com o uso de derivativos, buscando se proteger da volatilidade no curtíssimo prazo.

As declarações do ministro do STF Gilmar Mendes dadas na manhã de hoje sobre a comoção da população a respeito das questões que a Corte vai julgar foram lembradas pelo operador da mesa institucional da Renascença Corretora Luiz Roberto Monteiro para ressaltar que, em um cenário interno político que ele classificou como horroroso, é natural que os investidores assumam uma postura de maior precaução. Ainda mais porque estão marcadas para esta terça-feira ainda as manifestações populares em defesa da prisão após condenação em 2ª instância e contra o habeas corpus de Lula.

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