A busca pela alimentação saudável também movimenta empresários que transformaram mudanças em suas vidas pessoas em negócios voltados às classes A e B. O economista Alexandre Diniz, de 33 anos, já foi operador no mercado financeiro e executivo na construção civil. Sua esposa, Mari Sciotti, 32 anos, era produtora de moda. Há três anos, eles decidiram abandonar as carreiras para trabalhar com alimentação natural.
Alexandre e Mari acabaram de inaugurar o Quincho, restaurante na Vila Madalena, em São Paulo, que é o terceiro empreendimento do casal no setor. A primeira tentativa foi com a Lá de Casa, serviço de “marmitas chiques”. O projeto só durou quatro meses, mas os dois tomaram gosto pela culinária que reduz o uso de itens industrializados ao mínimo necessário. A seguir, abriram a Casa Lema, no Itaim, onde atuaram por dois anos. O Quincho repete a restrição aos processados no cardápio e adiciona outra: na casa, não entra carne. “A ideia é trabalhar quase totalmente com itens frescos, orgânicos e de produtores locais”, diz Diniz.
O gaúcho Ipe Aranha, de 41 anos, formado em Direito, mudou seu estilo de alimentação ao mudar-se para o Rio. A opção virou profissão: hoje morando em São Paulo, atua como “chef detox”. Aranha atende consumidores da classe A que querem perder medidas. As “marmitas”, entregues na casa do cliente – são seis refeições diárias, de segunda a sexta-feira, incluindo lanches de manhã e à tarde -, custam R$ 2,9 mil. “Pode parecer caro, mas todos os produtos são orgânicos.”
Tanto Aranha quanto Diniz apostam na tendência da busca por alimentos frescos – este segmento, segundo a Euromonitor, deve crescer 44% nos próximos anos. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.