Uma série de dúvidas a respeito da cena política interna, mas também externa, fez com que os investidores não quisessem arriscar na ponta compradora antes do final de semana em que será divulgada a primeira pesquisa Datafolha após a prisão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Assim, acompanhando o comportamento dos índices em Nova York, o Ibovespa passou esta sexta-feira, 13, em baixa, para encerrar o pregão com perdas de 1,30%, aos 84.334,41 pontos. Na semana, a desvalorização foi de 0,57%. No entanto, em 2018, os ganhos ainda superam 10%.
“Um clima pessimista tomou conta da sessão de negócios hoje e, diante das incertezas, ninguém quer tomar risco para passar o final de semana”, assinalou um operador de renda variável, para quem as discussões no Supremo Tribunal Federal (STF) que têm ocorrido em torno da prisão ou liberdade de políticos condenados em 2ª instância – expressas por ministros da Corte nos julgamentos de habeas corpus pedidos – deixa os investidores ressabiados.
“Nunca se sabe qual a decisão será tomada nas votações do STF, pois a Corte está muito parelha e, dependendo de apenas um voto, pode ir para um lado ou para outro”, complementa Victor Martins, analista da Planner Corretora Valores. Além disso, diz, a indefinição dos candidatos e suas plataformas econômicas deixa o mercado sem visibilidade.
Nesse contexto, a primeira pesquisa Datafolha desde a prisão do ex-presidente Lula será divulgada. A pesquisa vai trazer um total de 19 presidenciáveis entre eles o petista em três de nove cenários e ainda o ex-ministro do STF Joaquim Barbosa em todos eles.
Para além dos problemas internos, a trajetória de queda do mercado acionário dos Estados Unidos também deu o tom por aqui. Entre as blue chips, as ações do setor bancário, que têm peso significativo no Ibovespa, tiveram forte recuo, em parte, sendo influenciadas pelas perdas de seus pares em Wall Street, como JPMorgan (-2,71%), Citigroup (-1,55%) e Goldman Sachs (-1,41%). Por aqui, Banco do Brasil ON perdeu 3,36% e foi seguido por Itaú Unibanco PN (-2,32%), Bradesco (-2,19%) e as units do Santander (-1,52%).